terça-feira, 6 de janeiro de 2009

NEM SEMPRE AS MINHAS NOITES SÃO MAIS BELAS QUE OS VOSSOS DIAS

Mais uma vez feriados e pontes implicam tainadas e copos, o que vem de encontro à minha teoria que para dinamizar a economia só é preciso dar folgas ao pessoal, ao contrário dessa treta da necessidade de aumento da produtividade que nos tentam impingir e que não tem pés nem cabeça.
Dito isto, numa das noites deste fim de semana prolongado fui a um bar que abriu muito recentemente, mais um espaço para dinamizar a noite desta cidade que continua a ser uma referência em todo o Norte de África.
E não, não é o tipo de bar em que estão a pensar, que isto é tudo gente séria, é um espaço com decoração interessante, um piso para fumadores e música agradável para quem goste da música alternativa dos anos 80/90 do século findo.
À porta estava um moço que nos informou que "era 1 € de entrada pago à saída."
Naturalmente não resisiti e disse que sendo assim era 1 € de saída.
Ninguém gosta de um xico esperto e/ou a formatação estava bem feita, porque se limitou a repetir: - "É 1 € de entrada pago à saída!".
Lá entramos e fomos pedindo 4 G&T`s (eramos quatro, nada de bocas).
O barman começou por colocar o limão, seguido do gelo e depois da água tónica. Quando lhe perguntei meio em pânico se não se tinha esquecido do gin, pediu-me para lhe dizer qual era a garrafa do gin que não sabia (tenho testemunhas). Vá lá que teve a humildade de confessar que a especialidade dele era porta, logo está tudo explicado. Não podia saber que o gin tónico era com gin. Vá lá que sabia que era com água tónica, que também é uma pergunta muito comum nos botecos desta cidade. Nas palavras imortais do memorável Sr. Adriano do Está-se Bem: - "Menino, o gin tónico é com água tónica?"
E é sempre bom encontrar alguém da mesma escola de hotelaria da minha mulher a dias.
Aproveitei para ir aos lavabos, onde existia uma daquelas geringonças que vão desenrolando um bocadinho de toalha lavada e enrolando a suja num outro rolo.
Surpreendentemente estava encravada. O facto de não ter ido à inauguração (muito gosto desta palavra) privou-me de comprovar uma teoria para lá de toda a dúvida razoável.
Acho que estas coisas já são vendidas avariadas e não conheço ninguém que já tenha visto alguma a funcionar. Na realidade só deve existir o metro de toalha visível. Tem a vantagem da toalha ser de pano (gosto mais, não destrói as nossas amigas árvores e não tem a poluição sonora daqueles secadores horrorosos), mas a desvantagem de ser pouco higiénico porque toda a gente limpa as mãos ao mesmo bocadinho que fica de fora quando encrava e que acaba por ficar encardido (o pessoal também não lava lá muito bem as mãos, verdade seja dita).
Posto isto, a seguir fomos a um bar onde curiosamente se paga à entrada quando se entra.
Que mais irão inventar?


O NEGÓCIO DO SÉCULO

Quando andava a estudar lembro-me de um professor cuja cadeira não faço idéia qual era, ter-me dito que o negócio do século era a água engarrafada.
Não me lembro quem era mas se tinha razão era porque estavamos no século passado.
Neste século outro galo canta e o negócio é sem dúvida o café da Nespresso.
Lembro-me que há um ano atrás, quando comprei a maquineta toda a gente me criticou que o café de tão caro até era um roubo, que não havia da concorrência e patati patata...
A verdade é que todos foram unânimes em reconhecer que o café era excelente e quando apareciam cá por casa passaram a tomar um cafezinho antes de se começar no G&T.
Quando se ia à boutique Nespresso, designação pretensiosa mas é mesmo assim, tinha-se a noção que se tinha adquirido um produto premium tal era o requinte do ambiente e o cuidado no atendimento.
Ora este ano, tive direito a fazer a ponte de dia 2 e verificando que estava curto de stock, aproveitei para ir resolver o problema ao Norte Shopping.
Sem pretender fazer uma análise sócio-económica ao perfil do consumidor Nespresso, devo dizer que fiquei assustado.
A porcaria da maquineta deve ter sido o presente de Natal por excelência em 2008!
É curioso como tirei uma senha tipo as do fiambre do hipermercado, com o número 818 às duas da tarde e ia no número 576. Via-se gente de todas as espécies, tamanhos e feitios a respirar um ar saturadíssimo, tipo sardinha em lata dentro da loja, mas desesperadas por adquirir as cápsulas coloridas, após conseguirem obter o consenso da excursão familiar quanto à melhor cor a comprar.
Quero desde já deixar bem claro que não foi para isto que me alistei, apeteceu-me gritar!
Que se lixe o elitismo, não paguei exclusividade mas já vi feiras bem mais calmas!
Logicamente não esperei, fui tratar de outra vida e regressei passado duas horas para verificar com alívio que já ia no 725, pelo que me fui embora sem comprar coisa alguma.
O problema é que gosto da porra do café e a Nestlé, apesar de vender as maquinetas em tudo o que é espelunca ainda não se apercebeu que tem nas mãos um produto de massa que já atingiu o segmento alvo do Continente e não descentraliza a porcaria da distribuição.
Já alguém me disse para encomendar pela net que não é preciso dar os dados do cartão de crédito, entregam rapidamente onde eu disser e não fica mais caro apesar de ter de comprar uma quantidade próxima do industrial.
Mas que querem que vos diga, não me consigo habituar a esta modernice da net!
Bem, até logo, que acho que já deve ter chegado ao 818.

CUIDADO COM A BOCA

Apesar de ser um gajo que reconhecidamente se alimenta à base dos cinco principais grupos alimentares (vinho, gin tónico, francesinha, prego em prato e tripas à moda do Porto) e de poder ser visto às 5 ou 6 da manhã a comer um hamburguer como se não houvesse amanhã, que em circunstâncias normais até o meu cão recusaria , não quero deixar de partilhar algumas das minhas notas sobre gastronomia, adquiridas ao longo dos anos graças ao facto de ser incapaz de estrelar um ovo mesmo que disso dependa a minha vida e como tal ver-me forçado a recorrer frequentemente a restaurantes.
Assim, vão por mim, nunca num restaurante peçam uma sobremesa que tenha "da casa", "da avó", "delícia" ou "maravilha" a complementar a designação.
No que se refere a "delícia" ou "maravilha" a recomendação é extensível ao que quer que se possa encomendar num restaurante.
O evitar o "da casa" também se pode aplicar a vinhos em 99% dos casos.
Quem avisa, amigo é!