segunda-feira, 18 de maio de 2009

DEVAGAR SE VAI AO LONGE

Sei que o título parece no mínimo estranho para quem ainda hoje fez os 400 km da porta de casa até Évora em três horitas, mas tem a ver com a costela Alentejana que tenho vindo a adquirir recentemente.
Isto tudo a propósito de um cartaz que vi a semana passada na montra de um café em Pinhal Novo (cá em baixo diria-se no Pinhal Novo), que não fotografei porque ainda não estava completamente à vontade e não sabia como os autóctones poderiam reagir. Hoje já estou convencido que não haveria qualquer problema.
No entanto passo a descrever, até voltar a passar por lá para tirar a fotografia:
o cartaz dizia "HÁ", tinha o desenho de um caracol e por baixo "LENTOS"!
Quando mandei a boca ao dono do café, em jeito de pergunta, este respondeu com o bom humor que caracteriza os Alentejanos:
- "Pois então, se fossem rápidos eu cá ná os agarrava..."
Humor fino e lógica irrefutável!
Tem de se gostar desta gente que valoriza o tempo como ele merece.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

AINDA A PROPÓSITO DO PRIMEIRO DE MAIO

Na altura em que escrevi sobre o 1 de Maio, ainda não tinha tido conhecimento que tinham escovado o fato ao Dr. Vital Moreira!
Pelos vistos o PS acusa o PCP e quer um pedido de desculpas (se foram eles, não sei, mas que deviam andar mortinhos, lá isso deviam) e o PCP acusa o PS de levantar falsos testemunhos e de não ter nada a ver com o assunto.
Tudo portanto dentro da normalidade de umas jornadas parlamentares.
Quero no entanto realçar alguns pontos que me parecem importantes.
Em primeiro lugar, animou o debate político com momentos que os portugueses verdadeiramente valorizam e entendem (porrada), sem que daí tenha vindo grande mal ao mundo porque o sr. só levou, em abono da verdade, uns cascudos inofensivos.
Em segundo lugar, desviou a campanha negra para a campanha das nódoas negras, que é uma mais valia para o Engenheiro, que assim passa ao contra ataque arruaceiro que tão bons resultados tem dado.
Até me atrevo a sugerir que tinhamos melhores resultados a menores custos se fizessemos em vez de debates, combates de boxe entre os candidatos. Mais audiência tinhamos de certeza e os resultados finais eram mais evidentes. Ganhava o gajo que ficasse consciente no fim!
Quanto aos pedidos de desculpa, será que o PS já pediu desculpa ao PS pelos militantes do PS terem agredido o dirigente do PS Francisco de Assis em Felgueiras?

A EUROPA AQUI TÃO PERTO

Já sei que estou a ficar repetitivo, deve ser da idade e do Alzheimer a instalar-se (DNA como diria o meu amigo Jorge David)
Mas vou ser criativo e justificar-me sobre a forma de lista, para tentar variar pelo menos a forma. E dado que sou pago à linha, sempre se ganha mais algum.
  1. Tirada com o telemóvel;
  2. Tirada à noite;
  3. Tinha um vidro que fazia reflexo;
  4. O fotógrafo é nabo;
De qualquer das maneiras acho o cartaz genial pela sua total falta de nexo.
E mais do que criticar, para não estarem sempre a dizer que deitar abaixo é facil, o difícil é criar, aqui deixo algumas sugestões a serem aproveitadas em futuros cartazes em que haja financiamento a fundo perdido:

Dia 23 de Novembro, dia da sopa. Compre Knorr a 07 de Dezembro!
Dia 14 de Julho, dia sem carros. Deixe o carro na revisão a 25 de Agosto!
Dia 8 de Março, dia da mulher (este acho que é mesmo). Tenha uma filha um dia destes!
Dia 25 de Abril, dia de S. Marcos (este também). Vá a Veneza dia 3 de Janeiro!
E por aí fora, as possibilidades são ilimitadas, que se há coisa verdadeiramente infinita é a estupidez humana!
Tentem algumas combinações que vão ver que tem piada!

SE BEBER NÃO CONDUZA

Bem, como o Proust (mas espero menos chato, o que até não é difícil se pensarmos que o gajo escreveu um livro com tantos volumes como a enciclopédia luso-brasileira), cá ando eu à procura do tempo perdido.
A ver se encho hoje alguns chouriços para justificar a manutenção do pasquim, senão qualquer dia o patrão despede-me.
Peço desculpa pela qualidade da imagem, mas foi tirada ao longe e com o telemóvel, para além de que o fotógrafo não é grande espingarda.
Não quero parecer picuinhas, e até percebo o que é que eles querem dizer (mesmo não sendo o que dizem).
No entanto, um gajo com os copos até pode ser induzido em erro e ter um bloqueio mental que induza paralisação. Vi um gajo a contar pelos dedos das 20h até às 5h quantas horas eram e como nunca chegava ao resultado de cinco, recomeçava.
Estou a brincar, mas é o tipo de coisa que pode fazer com que um gajo com os copos possa entrar numa espiral infinita que leve à necessidade de fazer reiniciar a máquina, senão mesmo reformatar o disco duro.
O melhor mesmo é pedir outro copo (este sem senha que é uma por cliente) e não pensar muito nisso.

TUDO NORMAL NA FRENTE OCIDENTAL

Tenho recebido algumas reclamações face à negligência a que ultimamente este pasquim tem sido votado.
Verdade que não lhe tenho dedicado a atenção que gostaria, mas tudo tem uma justificação.
Ultimamente (e nos próximos anos), tenho repartido a minha vida entre Setúbal, Évora, Beja, Portimão e Faro, não esquecendo os fins de semana no Porto sempre que me for possível. E como ainda não encontrei apartamento em Setúbal, cidade onde vou ficar sediado, tem sido uma correria de hotel para hotel, faz mala, desfaz mala, com todas as contrariedades de quem tem de viver dependente do que a mala do carro nos dá. Para não falar nos 1400 km que fiz só na semana passada, de segunda a sexta.
Explicado este pormenor, congratulo-me em ver que mais uma vez o glorioso FCP cumpriu a sua obrigação e sagrou-se pela quarta vez consecutiva campeão nacional.
Isto tem um sabor especial quando se está implantado no seio da concorrência, por fraca que esta seja.
No entanto, Setúbal é uma cidade fantástica. Hoje descobri que a empregada do restaurante ondo almoço é portista ferrenha, bem como uma percentagem significativa dos clientes. Estava a ser atacado por um colega (enquanto eles insistirem que é o Pinto da Costa a manobrar, e que grande poder ele deve ter, mesmo a nível Europeu, não se preocupam em arranjar uma equipa que jogue à bola e um treinador que perceba qualquer coisa de futebol, logo é deixá-los andar) quando ela saltou em minha defesa e do FCP.
Até a comida me soube melhor!
E já agora, parabéns pelo tetra e vamos lá pensar no penta que para o ano ainda conto cá estar!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

PRIMEIRO DE MAIO

Este está a tempo e também merece referência.
Não é que isto seja um blogue político, longe disso, é mais gajas, vinho, futebol e outros temas igualmente relevantes.
Aliás esta publicação tem mais a ver com arqueologia do que com política.
É só para lembrar que este dia deve ser recordado, dado que está quase a ser cancelado por falta de quorum.
É um feriado quase exclusivo.
Um dia dedicado às cerca de seiscentas pessoas no país que ainda têm emprego.
A manter-se assim o ritmo, daqui a dois ou três anos não vale a pena ser feriado, porque perde o gozo particular que só um feriado tem.
É que estando todos nós desempregados nessa altura, todos os dias vão ser a modos que feriados, portanto qual é o interesse?
E menos um feriado até aumentaria a produtividade, mas como ninguém vai ter trabalho, lá está mais uma teoria económica a ser desmistificada.

25 DE ABRIL SEMPRE

Sei que este post já está atrasado, mas não é calaceirice.
A minha vida deu tantas voltas nos últimos dias que já nem sei a quantas ando, mas numa futura publicação explicarei isso.
Não queria no entanto deixar passar em claro uma data tão significativa para valores que tanto prezo como a liberdade, a igualdade e a fraternidade, exportados pela revolução francesa e como habitualmente cá recebidos 200 anos mais tarde.
Aproveito para pedir que façam outro (até pode ser noutra data que vos seja mais conveniente, que para mim é igual, mas já agora se pudessem colar a um feriado fixo, a malta agradecia o prolongamento), que já se vai tornando necessário.
O Salgueiro Maia deve andar às voltas no túmulo vendo ao que isto chegou.
Esta liberdade não permite sequer que uma pobre alma acenda um cigarrito debaixo de telha!
O nosso primeiro cai em cima dos jornalistas, qual censura encapotada (e nos canais estatais descarada), em mais um flagrante atentado à liberdade de expressão e opinião.
Cria um culto de personalidade que nem no tempo de Salazar atingiu estas proporções.
É dono da verdade, respondendo às críticas no estilo arruaceiro de bairro, com gestos largos, técnicas da fuga para a frente e com os mais puros tiques dos ditadores sul-americanos do final do século passado, desrespeitando pessoas e instituições.
A crise é tal que já nem beber vinho é dar de comer a um milhão de portugueses!
Aliás, parece-me que os portugueses nem água bebem...
É certo que em democracia, cada país tem o governo que merece. A prova é que o Eng. prometeu um zilião de postos de trabalho e cumpriu. Só que ninguém leu a palavra "extintos" em letras pequeninas a seguir a um zilião de postos de trabalho!
A iliteracia tem as suas vantagens, pelo menos se formos candidatos. E a mania de votar por hábito, como quem é do FCP ou do SLB, por razões históricas, de preguiça, teimosia ou estupidez também.
Ainda por cima li hoje que o gajo é dos primeiros a ser vacinados contra a gripe suína, por ser um gajo importante e (não é para rir, é mesmo assim) imprescindível ao bom funcionamento da nação. Está tudo maluco, ou é impressão minha?
Já agora, só mais um pedido.
Desta vez, o Otelo ou quem o substituir, não se pode esquecer de levar os gajos para o Campo Pequeno. Só que já são tantos que provavelmente nem o Campo Grande chega...


quinta-feira, 16 de abril de 2009

ESTÁ DE CHUVA

Eis-me aqui de férias neste magnífico castelo do séc. xv.
O sítio é fantástico, já li um livro que recomendo, embora seja do mais violento que já li (Snuff do Chuck Palahniuk, para já só disponível em Inglês ), já ouvi vários discos que tinha em atraso (abençoado ipod) e tenho-me fartado de literalmente encher o bandulho com boa comida e bom vinho.
Mas não há bela sem senão.
Depois de 500 km agarrado ao volante, (isto fica na vila de Alvito), ainda não apanhei um dia que não chovesse e mesmo para mim, que periodicamente tenho necessidade de reformatar o disco duro, começa a ser muito castelo.
Queria ir passear, bolas, ir à barragem, andar por aí, fumar maços de cigarros seguidos, emborrachar-me devagarinho e distraidamente, na passada, nos tascos e vendas como só o Alentejo permite, sem a porra da chuva a incomodar.
Além do mais, face ao resultado de ontem contra os vermelhos, os meus impropérios já são conhecidos por todo o Alvito e desconfio que pelo sim pelo não, o senhor do restaurante vai "avariar a televisão", a partir de agora.
Assim, hoje vou jantar ao café do Sr. Fernando, onde se juntam os verdadeiros amantes da bola, aqueles que mesmo no Sul aceitam os palavrões, que entendem que filho da ..., para nós é como quem diz valha-me Deus, que aceitam um dialecto universal só possível à volta de uma bola.
Abençoado Alentejo!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

PLANETA AZUL

Só quero dizer que o céu é azul, o mar é azul, a terra é o planeta azul.
O sangue nobre é dito azul. Até a bandeira que indica as boas praias é azul.
Já o branco é pureza, cor universal da paz.
Por outro lado, vermelho é ira, raiva, vergonha, proibição. O inóspito Marte, baptizado com o nome do deus da guerra, é dito planeta vermelho. Com bandeira vermelha nem sequer se pode tomar banho.
Resta-me dizer que este post é dedicado a todos os quer agouraram uma humilhação em Manchester, inclusive alguns portistas.
Podemos não ter passado a eleminatória ainda, mas que sabe bem sabe.
E a fé, intrinsecamente, nunca pode ser racional. É crer, é querer, é paixão!
E não me acredito que o Pinto da Costa tenha subornado o árbitro...

segunda-feira, 30 de março de 2009

CHAMEM A POLÍCIA

Pois, quando penso que já nada me surpreende, lá sou eu apanhado na curva.
Julga um gajo que já viu de tudo, mas vivendo em Portugal, tem de ter sempre a mente aberta e não se deixar surpreender facilmente.
Ultrapassamos largamente aquela tanga do" já vi um porco a andar de bicicleta".Cá na terrinha, no mínimo um porco a fazer o pino numa motorizada enquanto faz malabarismos com quatro ou cinco bolas, usando os pés!
Isto a propósito do último relatório de segurança interna, apresentado na semana passada.
Parece que em 2008 a criminalidade subiu face a 2007, na geral 7,5% e na violenta 10,7% (estamos a especializar-nos, o que é bom, se queremos chegar a qualquer lado).
Isso por si só, já é bastante mau mas vivendo nós cá no sítio já nos fomos habituando a conviver com más notícias.
Agora o que eu achei o máximo foi aquele senhor que é ministro da administração interna a querer convencer-nos que estamos no bom caminho. A minha alma está parva com a lata destes gajos.
Se não ouvisse não acreditava, mas o senhor disse que a estratégia traçada estava a ser implementada e os resultados eram bons!
Serei só eu que acho que algo não bate lá muito certo?
Ora bem, chamei o puto ranhoso do vizinho para meu consultor, não me estivesse a escapar qualquer subtileza de raciocínio, e forneci-lhe os dados disponíveis.
Não é que o raio do puto concluiu que se estava a ser aplicada a estratégia e os resultados eram piores, só havia dois caminhos a seguir:
Mudar a estratégia ou estar quietinho que as coisas, assim como assim, para piorar tinham de ser género guerra civil, o que não é provável neste país de brandos costumes.
Porra, tenho de me pôr a pau que o gajo ainda vai ser ministro. Com esta idade e já sabe que se não mexer pelo menos não estraga, o que é mais do que se pode dizer de alguns ministros.

terça-feira, 24 de março de 2009

METRO MAL MEDIDO

Durante muitos anos o facto do Porto não ter metro foi motivo de gozo para a generalidade dos atrasados mentais da segunda circular, à falta de êxitos desportivos com que nos pudessem irritar, uma vez que a situação era anterior à criação da taça da cerveja que surgiu como forma de salvar a época aos grupelhos lá de baixo.
Agora que temos metro, calamos essa cambada.
É a nossa vez de gozar com o metro mais sui generis da história dos transportes colectivos urbanos, mas nós podemos, que o metro é nosso!
Para além das indicações cabalísticas que já tive ocasião de referir que fazem que mesmo para um autóctone seja quase impossível perceber aquela tanga dos z1 equivalerem a c2 ou o raio que os parta (coisa de engenheiros de certeza absoluta), de ter de se procurar equivalência num mapa colorido, (daltónicos e invisuais não podem andar de metro), basicamente ilegível que nos indica os cês ou os zês cuja equivalência depois fazemos numa tabela e se correr bem acertamos (tem sempre a vantagem de tramar os camones porque só tem indicações em português, se bem que em dialecto engenheirês) e evitamos a multa, dado que apesar de não haver gajos para dar indicações, fiscais é uma farturinha, descobri hoje uma coisa que é de rebolar a rir:
Uma viagem Porto-Vila do Conde custa 1,20 €!
A viagem Vila do Conde - Porto, exactamente entre as mesmas estações custa 1,45 €!
Isto só por si já tem a sua piada.
Mas o que realmente teve piada foi ouvir o fulano do Metro do Porto (e não era um revisor, era da comunicação) a explicar que não se trata de erro, é assim mesmo, porque as zonas são estabelecidas em círculos e pode acontecer que eventualmente num sentido a estação caia no interior de determinado círculo, mas no sentido inverso cair noutro de zona superior!
Não é mentira, eu ouvi! Ainda estava à espera que ele dissesse que era um lapso, que o correcto seria o mais caro nos dois sentidos, mas saiu este mimo de antologia.
Só não percebo do que estão à espera para arranjar um cargo no governo a este homem.
Já que não aceitamos os parques de diversões e por isso não há lugares disponíveis para malabaristas, acho que só no governo será possível aproveitar tal talento.
Parece-me vislumbrar uma teoria para explicar a crise, do género, a crise foi provocada pelo governo só para verem as medidas espectaculares que somos capazes de tomar para combater uma crise que nunca existiria sem nós.

BRINCADEIRINHAS

Felizmente neste país não há desemprego, ao contrário do que acontece pelo resto do globo!
Abençoado Socratistão, quase tão preservado das agruras do capitalismo liberal como a Coreia do Norte.
É o que faz ter grandes líderes.
Pelos vistos a agência nacional de investimento, ou lá como se chama essa entidade dita competente, acabou de recusar dois projectos na área turística que se propunham a criar 12.000 postos de trabalho em dois parques de diversões.
Que não precisemos de empregos, ainda percebo porque isso de obrigar o pessoal a bulir é desumano e o turismo nem sequer é uma área estratégica cá do burgo, mas o mais giro ainda são as razões invocadas.
Em primeiro lugar, o local pretendido era área de sobreiros, pese embora serem terrenos que há algum tempo estavam na esfera do projecto aeroporto da Ota (agora substituído pelo aeroporto internacional de Alcochete Jamais) e onde não existe um só sobreiro há mais de 30 anos.
Mas como querem que o tipo da agência saiba isso se da janela do gabinete não dá para ver os ditos terrenos? Só faltava que um gajo agora tivesse de adivinhar...
Mas a peça de resistencia foi a justificação dada aos investidores, que se pudesse ser exposta ao público constituía de per si espólio suficiente para um museu do surrealismo.
A um dos grupos de investidores, disseram que não estavam interessados em apoiar o projecto porque já existia um projecto semelhante geograficamente próximo.
Ao outro grupo disseram exactamente a mesma coisa!
É incrível como se consegue fazer tanta asneira sem mentir.
Só estranho como é que num país com tantos palhaços se recusam parques de diversão...

quinta-feira, 19 de março de 2009

MAS AFINAL QUEM É QUE JULGAM QUE SÃO?

As pessoas andam todas trocadas da caixa córnea.
A situação já há muito que está para lá de Bagdad.
Não sei de que é que se convenceram, mas cada vez mais acho que somos o país com mais aspirantes a advogados amadores. E com mais direitos e menos deveres.
Em cada tuguinha, mesmo que ainda em projecto, está já um jurista perfeitamente ciente dos seus direitos, reais ou imaginários mas geralmente disparatados e no mínimo surrealistas.
É fantástico! Este povo pode não saber falar, pode usar palavras compridas cujo significado desconhece mas que soam bem, totalmente fora do contexto, mas invocam os direitos e a lei com uma facilidade aterradora. E quando são contrariados vão para casa e regressam no dia seguinte com expressões tipo: - "O senhor tem de me dizer qual é o artigo que diz isso porque estive toda a tarde à procura no código civil e não encontrei". Isto vindo de gajos que para assinar marcam o dedo a seguir à cruz.
Acho que o que queriam dizer é que estiveram à procura do código civil e não encontraram. É um livro, não sei se está a ver, é normalmente em papel, envolto por uma capa, geralmente mais dura um bocadinho e dentro tem impressas umas coisinhas que parecem montes de pequenos insectos alinhados em filinhas e que se chamam letras.
Alguém me dê pachorra que eu já não tenho nenhuma!
E os critérios de exigência? Fantásticos.
Acho que toda a nação se transformou naqueles broncos que antigamente, quando andavam pela primeira vez de avião já se julgavam o Xá da Pérsia e tratavam a hospedeira por moça, davam ordens a berrar, sem se fizer o favor nem muito obrigado, do tipo traz-me um scotch que eu paguei bilhete e tenho direito, ou arranja-me já uma almofada ó boazona e outros despautérios do género, enquanto a tentavam apalpar e riam de forma a acordar todo o avião.
Só que agora são assim em relação a tudo, Deus os abençoe, é o lado negro da democracia.
Estão aqui para ser servidos, ou melhor, já deviam ter sido, estão à espera de quê?
E o mais giro é que se criou a idéia que pedindo o livro de reclamações tudo se resolve a contento, por mais disparatada que seja a exigência, portanto se um gajo tem de esperar mais dois minutos na fila da padaria, pede o livro que já vai lixar o sacana do padeiro porque demorou a fazer o troco ao cliente anterior, o que nos atrasou e é inadmissível. Afinal eu pago pelo pão.
As coisas estão mais ou menos neste ponto e já se conseguiu vulgarizar o uso do livro ao ponto de já nem mesmo as entidades a quem é dirigida a queixa levarem a coisa muito a sério.
E isso é mau porque à custa dos pacóvios prepotentes que neste momento são mais que as mães, ficam sem tratamento sério as queixas dos gajos que realmente são pertinentes.
Por outro lado, acho que os gajos que trabalham nas entidades ditas competentes já devem ter matéria para fazer uma enciclopédia de anedotas, o que sempre permite alegria no trabalho.
Enfim, é um pequeno preço a pagar pelo maior bem da democracia. E como parece que a educação melhora a olhos vistos, mais umas cem gerações e a questão estará ultrapassada.

quarta-feira, 18 de março de 2009

PÉROLAS

Eu sei que me podem acusar de falta de imaginação, que isto não é um blogue sobre música e que estou a encher chouriços, etc e tal.
No entanto, ouçam este disco.
A senhora (tem idade para ser minha mãe, sabe bem dizê-lo) até não faz normalmente parte do meu espectro musical, tirando aquela magnífica versão do "as tears go by" da autoria dos Stones, inicialmente gravada por ela nos tempos em que namorava com o Mick (pronto, tem mau gosto em gajos, ninguém é perfeito).
No entanto este álbum com 18 covers de gente tão diversa como os Decemberists (esta com Nick Cave nos backing vocals), Morrissey, Brian Eno e até Dolly Parton (a dos diversos atributos que estão a pensar) e com colaborações desde Antony, Rufus Wainwright, Jarvis Cocker, Teddy Thompson e por aí fora (são dezoito convidados na verdade, entre músicos e vocalistas) é magnífico de tão belo.
Músicas bem escolhidas, versões inteligentes, com arranjos perfeitos e com a voz espessa da senhora, misto de fumo e Jack Daniels a cortar as canções como uma faca quente a atravessar manteiga. E geralmente bem acompanhada.
Apetece abrir uma garrafa de bom tinto (se não houver que se lixe, vai do mau), apagar as luzes, acender um cigarro e atirar os pés para cima da mesa, tipo filme negro a cores.
Quanto a preconceitos musicais, estamos conversados, acho que cada vez tenho menos...

terça-feira, 17 de março de 2009

BURRO VELHO

Não há dúvida, é oficial, burro velho não aprende línguas!
Saibam que decidi voltar a estudar. Sei que não fará muito sentido, mas há uns tempos recebi uma carta em que me informavam grosso modo que com pouquinhas cadeiras, graças ao abençoado processo de Bolonha, poderia ficar com mais uma licenciatura. Claro que a situação me cheirou a papel queimado, mas como era a meu favor, deixa lá ir ver o que é isto.
Com a minha habitual chico-espertice, característica tão vincada da alma lusa, lá pedi aos gajos que me fizessem as contas, e somando e subtraindo as muitas cadeiras que fiz ao longo dos vários cursos que frequentei (curiosamente cheguei a acabar alguns), chegaram à conclusão que só precisava de fazer uma cadeira semestral.
Esfreguei as mãos, paguei uns trocos e pensei cá para mim que estava no papo, não podia ser assim tão difícil ir a quatro horitas por semana, fazer um exame (ou três, que trabalhador estudante tem direito a épocas que nunca mais acabam, portanto venceria nem que fosse pelo cansaço) e sacar um dezito que nesta altura já me contento com pouco, a idade não perdoa. Aliado a isso tudo, pensei que como bónus a turma teria umas catraias giras para pelo menos alegrar as vistas e que assim já não se perderia tudo.
Se fosse católico, diria que Deus castiga. Como sou supersticioso, alguém invejoso me rogou uma praga!
Para começar, enfiaram-me as aulas à sexta-feira, o que me estraga uma jantarada por semana e uma noite de copos, que depois de gramar aquilo não há paciência para mais nada.
Quanto às moças, até podem ser giras mas já trato a generalidade por minha senhora e as restantes por minha menina. Também devia ter-me lembrado que já quando era novo não eram, regra geral, nada de parar o trânsito, mas com a idade a memória atraiçoa-nos. Qual esperança nas futuras gerações, senilidade, é o que é...
Para cúmulo, para além do exame a cadeira tem um trabalho individual e obrigatório que ainda me vai lixar uma porrada de sábados, para além de ter de olhar para montes de tralhas que já tinha apagado do disco duro para deixar espaço para as coisas realmente importantes (catraias, bola e essas cenas de gajos) e correr o risco de perder um jogo do FCP que as aulas são de comparência obrigatória (fascistóides, quando me lembro que fiz cadeiras sem ter conhecido o professor e fui feliz na mesma, ou até mais...).
Mas não é tudo mau, já aprendi algumas coisas interessantes, sendo que a mais importante é que não vale a pena tirar cursos de gestão. Já dou o dinheiro por bem empregue porque sempre tive essa teoria mas dá um certo gozo ouvi-la da boca dum gajo que é professor doutor. Acrescenta credibilidade à coisa. Podia ser motivo para pedir reembolso da guita, mas eu aplaudo de pé!
Na verdade, quando eu dizia isso há alguns anos atrás até me batiam, quando sai da boca do gajo tomam apontamentos, essa cambada de lambe-botas.
É o preço de ser um visionário, é o que é...(parece um bocado do Calimero, mas é verdade).
Na realidade, dizem que a generalidade dos métodos e modelos que estudei estão ultrapassados (compreende-se, às vezes até eu me sinto ultrapassado e os gajos que inventam estas patacoadas têm de continuar a vender livros, senão como alternativa têm de ir bulir e mandar algumas empresas ao charco, Deus que nos livre), porque se concluíu que os métodos de previsão eram ineficazes e ninguém conseguia prever coisa nenhuma até mesmo no curto prazo, pelo que foram substituídos por orientações gerais do tipo missão da empresa (eu chamo-lhe chavões geralmente disparatados, mas admito que tenho tendência para a simplificação excessiva), que permitem direccionar as pessoas e reorientar rapidamente a empresa em caso de mudanças macroeconómicas súbitas (porra, há gajos que nem com um mapa colado na testa encontram a casa de banho, quanto mais redireccionar empresas com orientações gerais).
Não sei se há prémio Nobel do óbvio, mas o gajo que chegou a esta conclusão merece-o de certeza!
O único senão é saber que tudo o que estou a aprender neste curso, com elevado sacrifício pessoal e avultados custos para a economia real (os fabricantes de gin e donos dos bares desceram significativamente as receitas de sexta feira), vai daqui a dois ou três anos ser dado como ultrapassado, porque um guru qualquer vai escrever um livro a advogar que o destino das empresas se deve decidir através de moeda ao ar, representando coroa avançar e cara retrair, ou viceversa, não tenho bem a certeza, e isso, por muito que melhore o funcionamento actual das nossas empresas, não me parece que comporte matéria suficiente para um curso de gestão!

quarta-feira, 4 de março de 2009

SAUDADE

Toda a gente quer dar cabo do meu complexo de Peter Pan.
Já um rapaz não pode ter um gosto na vida, une-se logo meio mundo para o tramar. Uma cambada de invejosos, é o que são!
Hoje recebi um telefonema, onde simpaticamente um colega me informava que o meu carro de serviço já estava encomendado e que o iria receber durante o próximo mês (na eventualidade de não ser despedido antes, da forma que as coisas andam, que o mar não está para peixe.).
Paradoxalmente, quando a maioria das pessoas ficaria contente por ter um carro à borla para uso total, eu fico triste, por variadíssimas razões.
A principal é que o meu carrinho, igual ao da fotografia, é um bocado como o casaco de pele de cobra do Saylor no filme Coração Selvagem. Representa a minha crença na individualidade e na liberdade pessoal. E tinha montes de vantagens, a acrescer ao facto de me pagarem os kilometros, o que já de si não era mau, senão vejamos:
Sempre que é preciso fazer uma viagem longa para reuniões ou encontros, apesar de eu insistentemente me oferecer para levar o carro, tenho montes de colegas a dizerem:-"deixa estar, eu levo o meu, é mais rápido."-o que me permite uma viagem descansada, por vezes até a passar pelas brasas quando a hora o justifica.
Quem julgava que a única vantagem de um 4x4 era poder andar fora de estrada, desengane-se. Também é uma vantagem o facto de não andar lá muito depressa na auto estrada!
Outra é que sempre que é preciso ir levar um agente ou um cliente importante, ou buscar um administrador ao aeroporto, ainda que por mera distração me perguntem se estou disponível, rapidamente caiem em si e dizem: - "pensando bem, com o teu carro é melhor não, sobrando a incumbência para outro desgraçado". Abençoado carrinho!
E a outra, e das maiores é que o carro irrita toda a gente. Farto-me de ouvir que é um carro de puto, que uma pessoa do meu estatuto (seja lá o que isso for, já tentei usar para pagar na mercearia e o gajo não aceitou, portanto não deve ser grande coisa) e idade (vão chamar velho ao raio que os parta) devia ter um carro mais carro (seja lá o que isso for, parece-me estúpido) e esses disparates todos. O que redobra o meu gozo quando por alguma razão tenho de dar boleia a essas pessoas (há mais marés que marinheiros), que aproveito para azucrinar durante todo o percurso com as vantagens do meu carrinho (é confortável, tem o equipamento todo, a diesel, não gasta muito, estaciona-se bem, sobe passeios na maior, faz todo o terreno como um dos grandes e é bonito).
Só tem uma desvantagem, confesso. Como há poucos, corro sempre o risco de dizer a alguém que estou em determinado sítio a trabalhar e o carro ser visto noutro sítio qualquer. Pode ser comprometedor e concedo que isso não acontecia com um Renault Megane ou VW Golf. E cenas dessas já têm dado divórcios, mas como também não sou casado, que se lixe...
Não há mundos perfeitos!
Como sou só um e me custa deixar o carro a apodrecer, vou ter de o vender, mesmo que só faça três anos este mês (o carro, não eu).
Aproveito que o blogue é meu e dizem que posso fazer o que quiser, para convidar eventuais interessados na compra a contactarem-me.
Vão ver que é fantástico e parece que não fazem parte da manada cinzentona!

segunda-feira, 2 de março de 2009

OLHEM PARA O QUE EU DIGO...

Já devem ter percebido que não embarco muito em americanices.
Não é nada pessoal, até tenho alguns amigos porreiros da terra do tio Sam, mas irrita-me aquela mania que são polícias do mundo e guardiões da moral, como se alguém lhes tivesse encomendado o serviço.
E ainda por cima só fazem argoladas, parece um filme dos irmãos Marx com argumento do Pateta e realização do Woody Allen na fase Bananas .
Tudo isto vem a propósito de um relatório que os gajos mandaram cá para fora relativo aos direitos humanos, onde entre outras coisas apontavam o dedo à grave situação em Portugal.
Porra, ninguém mais que eu é crítico em relação à actuação de alguma polícia cá do burgo e à situação que se vive nas cadeias desta parvónia. Mas eu sou de cá, diz-me respeito, posso e devo mandar bocas!
Agora, a minha mãezinha ensinou-me que quem tem telhados de vidro não atira pedras aos vizinhos.
E sinceramente não me parece que sítios como Guantanamo ou o vídeo recentemente divulgado de dois polícias americanos a espancar uma adolescente desarmada sejam muito abonatórios...
Porra, arrumem primeiro a vossa casa e depois venham falar da dos outros.
Já não há pachorra para tanta presunção!

FREEPORT (OU SERÁ FREEPOR?)

Parece que tem estado muito em voga o caso Freeport (Freepor para quem só teve inglês técnico), mas confesso que tenho andado distraído e não tenho prestado muita atenção ao caso.
No entanto, como a generalidade dos Tugas, tenho a minha opinião sobre o assunto, aliás sobre todos os assuntos, mesmo os que desconheço. E vou tecer alguns comentários, se o Prof. Marcelo pode, eu também posso.
Em primeiro lugar, quero dizer que sou todo a favor de sítios que vendam roupa de marca, bonitinha, a preços mais em conta que a crise toca a todos. Julgo que nesse aspecto, se é que o Eng. teve alguma coisa a ver com isto, prestou um grande serviço à nação, porque bem vestidos ficamos com um ar mais lavadinho, o que prestigia o nosso cantinho e como os olhos também comem, ajuda-nos a enganar os gajos da Eurolândia para sacarmos mais umas coroas.
Claro que se esteve envolvido é óbvio que o Eng. também lucrou qualquer coisinha, porque isto de estar no top ten dos mais elegantes do mundo com o ordenado de primeiro, só mesmo recorrendo a outlets ou aos ciganos, mas com a ASAE de vento em popa não podemos arriscar mais um escândalo de Armanis falsos ou Valentinos martelados.
Assim, uma lojinha barata ao pé da porta vem mesmo a calhar.
Parece que estou a imaginar as notícias:
"PRIMEIRO MINISTRO EM CUSTÓIAS!", seguido em letras muito pequeninas "a fazer compras na feira" que estes gajos da imprensa são uns facciosos que só querem vender papel e destruir arvorezinhas, esses sim destroem reservas ecológicas em barda para imprimir pasquins.
Em segundo lugar, insinua-se que o Eng. só recebeu a rapaziada do Freeport porque teve uma cunha do tio. Ora bem, é uma mentira retinta. Qualquer de nós, se quisesse, era recebido pelo Eng., bastava telefonar na véspera que teria todo o prazer em reunir connosco. E oferecia um cafézinho e uns biscoitos que a hospitalidade é uma característica nacional. Mas efectivamente a ser verdade que foi uma cunha do tio (nepotismo, grita essa cambada de comunas e fascistas), trata-se de preservar uma das maiores tradições nacionais que com esta treta da Eurolândia corre sério risco de fazer companhia ao Mirandês nos anais do esquecimento.
Depois, parece que há pessoal que estranha a rapidez com que o mamarracho foi licenciado. Porra, país de malucos, se demora está mal, se é rápido também está mal, assim ninguém aguenta. Quer dizer, um trabalho bem feito, coisinha despachada e mesmo assim criticam. Nunca estão satisfeitos, vejam lá se se decidem. Não se pode ser eficiente que suscita logo inveja.
Paradoxalmente, os mesmos que protestam a celeridade do licenciamento, mandam vir com a demora no inquérito. Vejam lá se se decidem, em que é que ficamos?
Devagar ou depressa? Arre!
Já deviam saber que a investigação cá no cantinho tem três velocidades. Devagar, muito devagar e parada. E esta nem é das mais lentas, senão olhem para a da Casa Pia ou Camarate! Além do mais com gajos a estudar karate na China, como é que se pode avançar?
Não se preocupem que nada vai ser abafado, vai-se concluir que não havia nada para abafar, era tudo uma cabala!
E acusam o Eng. de alterar a zona de protecção exclusiva, ou lá como se chama aquela porra!
Mal intencionados, o que está mal deve ser rapidamente corrigido e estava-se mesmo a ver que o que ficava bem ali, e já pecava pela demora, era um centro comercial. Abençoada coragem de abanar o Status Quo!
E digo mesmo mais. Se não recebeu guita por isto, devia ter recebido que a livre iniciativa e o empreendedorismo deve ser justamente premiado.
É como diz o Eng., uma campanha negra, é o que é!

O MARKETING JÁ NÃO É O QUE ERA

Não, não é mais uma publicação sobre futebol, até porque o fim de semana não correu lá grande coisa nesse capítulo...
No entanto, e isto é debatível, sou da opinião que a figura mais odiada, insultada, agredida e de uma forma geral mais mal vista do futebol é o árbitro (vá-se lá perceber porquê).
Sucede que este fim de semana reparei que os árbitros trazem publicidade nas camisolas. Não será contraproducente?
Dantes as empresas procuravam associar os seus produtos a figuras de prestígio, líderes de opinião, gajas boas e gajos com pinta, na esperança que o Zé Povo se associasse mentalmente a essas figuras ao comprar o produto/serviço publicitado e como tal corresse às lojas como se disso dependesse a sua felicidade eterna.
Hoje em dia parece que vence a teoria do não importa que falem bem ou mal, desde que falem, que por acaso sempre achei uma imbecilidade retinta.
Cá por mim, não sou dono (com grande pena minha) de nenhuma empresa que anuncie nas camisolas dos árbitros (na verdade não sou dono de nenhuma empresa), mas se fosse dava cartão vermelho ao gajo que se lembrou disto!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

NÃO É CENSURA, É ESTUPIDEZ PURA E SIMPLES

Para aqueles que têm um nível cultural próximo da PSP de Braga, esclareço que o blogue não virou pornográfico (se bem que dava de certeza mais leitores) e que esta imagem é um quadro exposto no Museu d`Orsay em Paris, com o título " A Origem do Mundo", pintado por Gustave Coubert em 1866.
O facto da polícia ter apreendido numa feira do livro alguns exemplares de um livro que tinha esta imagem na capa, devido a queixas de algumas mentes sensíveis (ai, o Portugal puritano) levou logo a que se gritasse censura, atentado à liberdade e outros disparates que tal.
Nada mais errado, trata-se de um misto de ignorância e estupidez. Se fosse censura o Eng já me tinha fechado o blogue e cá continuo, se bem que mais parado!
E posso demonstrar, senão vejamos:
Gerações inteiras de polícias (e não só), foram leitores ávidos da saudosa revista Gina, marco incontornável na educação de milhares de na época rapazinhos, hoje adultos, e inimitável no estilo fotonovela porno. E aquilo não era só fotos, tinha legendas e argumento, com balões tipo bd com texto batido à máquina, logo não era para qualquer um. Se bem que quem não sabe ler vê os bonecos! Como toda a juventude reprimida, essas revistecas tinham de estar desmarcadas, porque caso fossem apanhadas pela entidade paternal eram confiscadas (possivelmente para posterior análise detalhada) e se fossem apanhadas pela entidade maternal, para além de confiscadas ainda dava direito a um grande par de chapos, que na altura ainda não se usava essa mariquice de psicólogos por dá cá aquela palha!
Assim, instintivamente, desde pequeninos que certas pessoas associam gajas nuas a apreensão.
É compreensível, foram assim educados, a culpa é do meio social, trauma de infância, etc e tal, psicólogo com eles!
Os mais cépticos podem argumentar que isso era pornografia e isto é arte, ao que eu respondo que uma gaja nua é uma gaja nua, ponto final. Os franceses sempre foram dessas tretas, uma cambada de libertinos comedores de croissants, é o que é!
Está certo que a bófia devia desconfiar que isso de pornografia pintada dá muito trabalho quando se podem tirar fotos a cores bem mais realistas, portanto devia ser arte. Mas os gajos também não se podem lembrar de tudo, que diabo. Se se lembrassem se calhar diziam aos atrasos de vida que se queixaram, essa cambada de abichanados que não gosta de moças descascadas (sem qualquer conotação perjorativa para os abichanados que isto é um blogue politicamente correcto), qualquer coisa do género "se não gostam não olhem"!
E agora essa desculpa esfarrapada que foi para evitar alterações da ordem pública, nem parece da polícia. Perder assim um pretexto para lhes arriar de cacetete?
A manutenção da ordem pública já não é o que era. Por este andar, a partir daqui quando a ministra da educação for a qualquer lado, na véspera, para não terem que arrear na estudantada, matam as galinhas da localidade e apreendem os ovos!
Mas de todo em todo, este episódio poupa muito trabalho ao Instituto Nacional de Estatística. Se quisermos calcular o nosso atraso em relação a França, é fácil:
Estamos em 2009 e o quadro foi pintado em 1866 sem tanta confusão. Assim, calculo no mínimo um atraso de 143 anos, mais mês menos mês.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

PRAZERES CULPADOS

Podem dizer o que quiserem, mas recentemente debrucei-me sobre este disco e acho divertidíssimo.
Música animada, variada, bem tocada e com letras fantásticas de tão bem feitas que são.
Gozem à vontade, mas acho sinceramente que é dos melhores discos recentes da música portuguesa.
Como eu digo habitualmente, que se lixe o elitismo.
E como diz a senhora no disco, do CCB gosto da vista, da Gulbenkian do jardim.
E se não gostarem Fon Fon Fon...

(DE) FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Eis-me regressado de um dia de formação, a ganhar fôlego para mais um amanhã.
Felizmente a formação era sobre um tema que ouvi tantas vezes que em horas acumuladas já devo ter direito a um doutoramento magna cum laudae, pelo que pude preocupar-me todo o dia com as coisas que deixei de fazer e que fui alinhavando, para poder fazer entre as seis da tarde e as nove e meia, enquanto devolvia as cinquenta chamadas que não pude atender.
Já aumentou a minha produtividade, deve dar algum resultado!
Considerandos à parte, métodos e conteúdos fora da discussão, há uma coisa que queria deixar bem clara à consideração de consultores, formadores, especialistas e gurus de pacotilha que leram o livro do Jack Welsh no comboio entre Almada e Lisboa ao longo de alguns meses:
O próximo gajo que disser chavões do género "crise igual a oportunidade", "a palavra chinesa para crise e oportunidade escreve-se da mesma forma" e (esta é das minhas favoritas) "em tempo de crise há dois tipos de pessoas. Os que choram e os que vendem lenços!", juro que leva com uma cadeira pelos cornos abaixo.
Até a minha pachorra, que roça o absurdo, tem um limite de clichés que consegue suportar!
E já agora, dei-me ao trabalho de verificar em fonte segura (fui à loja dos chineses) e apesar de para mim ser chinês, a porra da palavra crise nem sequer com boa vontade é parecida com oportunidade.
E mesmo que fosse são chinesices e os gajos trabalham por meio prato de arroz, portanto alguém me há de explicar como porra é que essa treta se aplica a seja o que for na nossa terrinha onde oportunidade se escreve Freeport (freepor na fonética do Engenheiro, mas deve ser inglês técnico) e crise se soletra BPN.
Acho que preciso de formação no assunto.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A BATALHA DA PRODUTIVIDADE SERÁ GANHA

Não há fome que não traga fartura e como tenho tido reclamações sobre a incúria com que tenho gerido este pasquim, aqui fica a terceira posta de pescada do dia, para que não haja razões de queixa, mais vale aviar de empreitada já que liguei a maquineta.
Antes de mais nada, a justificação, não vá alguém da empresa ler esta treta e eu perder mais uma oportunidade para marcar pontos:
-Tenho trabalhado como o caraças! Para terem uma idéia, nos últimos quinze dias a hora mais cedo que saí foi às oito, a mais tarde já foi no dia seguinte e em dia nenhum cheguei ao trabalho depois das nove da madrugada. Ao que um homem se vê reduzido para ganhar o pão e gin de cada dia!
Agora que penso nisso, tempo útil de trabalho a acrescentar valor não foi por aí além, dado que a maior parte do tempo foi dividido por reuniões, formações (tenho de me lembrar que isto dá para publicar qualquer treta) e até uma auditoria (esta dá pano para mangas, mas tenho de ter tempo para escrever sobre isto porque se não fosse assunto sério era de rebolar a rir. E mesmo sendo sério, que se lixe, fica agendado.) . Trabalhinho a sério, negócio propriamente dito é no intervalo destas coisas, que são o que faz desenvolver a economia! Vou ser o gajo mais preparado, estrategica, formal e tecnicamente para fazer negócio que infelizmente não se vai concretizar por falta de tempo, dado que foi todo gasto na afinação destas competências indispensáveis!
Um destes Sábados tive uma reunião em Lisboa. Naturalmente a reunião começou às dez da manhã, que é muito boa hora para se começar a bulir ao Sábado.
Aliás foi por causa duma destas reuniões que recentemente descobri que o Sábado também tem manhã.
Logicamente cheguei com duas horas de sono e uma de chuveiro, no meu melhor, com o pequeno almoço ainda a saber a gin.
Felizmente acho que a soneca passou por concentração profunda e dado que estavamos para aí quinhentas pessoas e a sala estava pouco iluminada por causa das projecções, não devo ter dado bronca por aí além.
No entanto, não há bela sem senão.
Um consultor (por acaso melhor e mais competente do que a generalidade dos consultores que ao longo dos anos me têm saído na rifa e até com alguma piada, que ainda por cima fala mal a língua de Camões) com quem tinha estado a desenvolver uns trabalhos, pediu-me para ir explanar pessoalmente ao presidente da comissão executiva determinado ponto de vista.
Sabem aquela sensação de serem mandados parar numa operação stop depois de terem bebido um copo e não saberem se vai acusar ou não?
Se não sabem ainda bem. Ou não bebem, (coitados) ou não conduzem (inteligente), ou bebem como desalmados e sabem que vai acusar (logo sem stress) ou têm uma sorte danada. De todo em todo foi a minha sensação, tipo sem pinga de sangue...
E lá fui eu, sem rede e sem tempo para colar um post it na gravata para servir de ponto, que remédio.
Quando o presidente me pediu a opinião demorei a responder, até se deviam ouvir as engrenagens com dificuldade em arrancar (este tipo de coisa é normalmente lido como ponderação) e deviam ver-se os fios que me mantinham de pé.
Lembro-me de ter babulciado qualquer coisa na linguagem do R2D2 ou lá como se chamava aquele robot da guerra das estrelas, mas o que vale é que o presidente domina idiomas (acho que às vezes fala Klingom).
A coisa passou, mas tenho de me lembrar para a próxima de em vésperas destas coisas pedir Bombai que dá melhor despertar.
Quem disse que as reuniões não são úteis? Viver e aprender.
E agora vou-me embora que amanhã tenho formação e tenho de estar no meu melhor!

A PROPÓSITO DO FUTEBOL

Aqueles adeptos de bola mais ou menos da minha idade lembram-se de certeza dos saudosos relatos do Amaro no extinto Quadrante Norte e daquela célebre frase: "Um grande abraço para o meu amigo Manuel do Franganito!"
O sr. Manuel do Franganito, além de sócio do Porto na casa das primeiras dezenas, da particularidade de me tratar sempre por menino mesmo sendo eu um marmanjão com idade para ter juízo, de me convidar sempre para as vindimas na sua quinta de Alpendurada mesmo sabendo que eu nasci com a mola pasmada e incapaz de a vergar, de nunca ter feito queixa aos meus pais por mais indecoroso que fosse o meu comportamento (e por vezes indecoroso era o verdadeiro understatement), de por mais de uma vez ter cortado o gargalo a garrafas daquela aguardente especial porque era essa que me apetecia e as rolhas já estavam degradadas pelo passar do tempo, ainda me ensinou uma valiosa lição de vida que passo a partilhar com os mais desatentos.
Em determinada altura, tinha por hábito jantar ao Sábado no Franganito, onde o Sr. Manuel, havendo futebol, punha uma televisão no balcão. Outros clientes habituais incluiam o Júlio Machado Vaz (Benfiquista) e o Rui Rio (pré presidência da câmara mas já Boavisteiro) e normalmente jantavamos em mesas seguidas, mandando umas bocas sobre o futebol, eu mais novo mas suportado na força moral dada pela provecta idade do Sr. Manuel que nunca se ficava no que dizia respeito a defender o FCP contra ventos e marés.
Isto foi nos inícios da TV Cabo, pré Sport TV, numa altura que o único canal que passava uns filmes mais atrevidotes era a RTL, às Sextas de madrugada.
Um Sábado chego para jantar e o Sr. Manuel, malandreco, pergunta-me:
-"Menino, viu ontem o filme na RTL?"
Respondi que por acaso tinha visto, e ele muito rapidamente atira:
-"Menino, até nuas eram bonitas!"
Ainda avancei:-"Vestidas, quer dizer..."
-"Menino, ainda sei o que digo! As mulheres são mais bonitas vestidas que nuas!"-atirou doutoral, saber de experiência feito.
Ainda hoje penso nisso e quanto mais vejo (também estou longe de ter visto todas, mas faço os possíveis) mais estou convencido que estava carregado de razão.
De certa forma mudou a minha perspectiva da vida e aumentou o meu apreço pela indústria da moda.
Um grande abraço para o meu amigo Manuel do Franganito!

UMA NOVA EXPERIÊNCIA

Apesar de andar curto de tempo, estava agora acabadinho de chegar a casa, sentado no sofá a ouvir o fenomenal último álbum dos Animal Collective, liguei a televisão e está a dar o Braga contra o Standard Liége naquela magnífica competição pela qual o SLB fez uma passagem meteórica, entendendo-se por meteórica o deslumbrar toda a gente à passagem e depos de bater deixar uma cratera de todo o tamanho!
E lembrei-me de uma coisa que queria desabafar há montes de tempo e não tive oportunidade. Também pode ser da idade, mas ocorreu na recta final de um fim de semana de copos em Lisboa, com direito a aniversário do BBC , Lollipop, after hours no Europa e essas coisas todas, que se seguiu a outro fim de semana também em Lisboa para matar saudades do Bairro, da Bica e daquela instituição que já deveria ter sido agraciada com a denominação de utilidade pública e que dá pelo nome de Incógnito, portanto pode ter a ver com a normalização do nível de sangue no alcool.
Já agora, a noite de Lisboa continua a recomendar-se.
Refiro-me ao clássico FCP-SLB, que fui ver à cervejaria Galiza com um amigo, ainda a morrer da noite anterior nos copos e da viagem e no qual o árbitro (sócio do SLB) inventou um penalti a favor do Porto (diga-se que para compensar um anterior que deveria ter marcado e não o fez).
Acto contínuo o meu telemóvel começou a apitar com sms (qual será o plural desta palavra?) de mouraria ressabiada a dizer que nunca tinha sido tão roubada.
Eu pelo contrário já não me lembro de quando foi a primeira vez, de tão novo que era. Se bem me recordo, o FCP atravessava a ponte para ir jogar à capital a perder 1-0, e durante anos foi assim, logo não estranho!
Vá lá rapaziada, uma vez não são vezes! E é sempre bom estarem abertos a novas experiências!
E vejam o lado positivo, se perderem o campeonato por pouco, podem sempre andar os próximos vinte anos a chorar que foram espoliados.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

NEM SEMPRE AS MINHAS NOITES SÃO MAIS BELAS QUE OS VOSSOS DIAS

Mais uma vez feriados e pontes implicam tainadas e copos, o que vem de encontro à minha teoria que para dinamizar a economia só é preciso dar folgas ao pessoal, ao contrário dessa treta da necessidade de aumento da produtividade que nos tentam impingir e que não tem pés nem cabeça.
Dito isto, numa das noites deste fim de semana prolongado fui a um bar que abriu muito recentemente, mais um espaço para dinamizar a noite desta cidade que continua a ser uma referência em todo o Norte de África.
E não, não é o tipo de bar em que estão a pensar, que isto é tudo gente séria, é um espaço com decoração interessante, um piso para fumadores e música agradável para quem goste da música alternativa dos anos 80/90 do século findo.
À porta estava um moço que nos informou que "era 1 € de entrada pago à saída."
Naturalmente não resisiti e disse que sendo assim era 1 € de saída.
Ninguém gosta de um xico esperto e/ou a formatação estava bem feita, porque se limitou a repetir: - "É 1 € de entrada pago à saída!".
Lá entramos e fomos pedindo 4 G&T`s (eramos quatro, nada de bocas).
O barman começou por colocar o limão, seguido do gelo e depois da água tónica. Quando lhe perguntei meio em pânico se não se tinha esquecido do gin, pediu-me para lhe dizer qual era a garrafa do gin que não sabia (tenho testemunhas). Vá lá que teve a humildade de confessar que a especialidade dele era porta, logo está tudo explicado. Não podia saber que o gin tónico era com gin. Vá lá que sabia que era com água tónica, que também é uma pergunta muito comum nos botecos desta cidade. Nas palavras imortais do memorável Sr. Adriano do Está-se Bem: - "Menino, o gin tónico é com água tónica?"
E é sempre bom encontrar alguém da mesma escola de hotelaria da minha mulher a dias.
Aproveitei para ir aos lavabos, onde existia uma daquelas geringonças que vão desenrolando um bocadinho de toalha lavada e enrolando a suja num outro rolo.
Surpreendentemente estava encravada. O facto de não ter ido à inauguração (muito gosto desta palavra) privou-me de comprovar uma teoria para lá de toda a dúvida razoável.
Acho que estas coisas já são vendidas avariadas e não conheço ninguém que já tenha visto alguma a funcionar. Na realidade só deve existir o metro de toalha visível. Tem a vantagem da toalha ser de pano (gosto mais, não destrói as nossas amigas árvores e não tem a poluição sonora daqueles secadores horrorosos), mas a desvantagem de ser pouco higiénico porque toda a gente limpa as mãos ao mesmo bocadinho que fica de fora quando encrava e que acaba por ficar encardido (o pessoal também não lava lá muito bem as mãos, verdade seja dita).
Posto isto, a seguir fomos a um bar onde curiosamente se paga à entrada quando se entra.
Que mais irão inventar?


O NEGÓCIO DO SÉCULO

Quando andava a estudar lembro-me de um professor cuja cadeira não faço idéia qual era, ter-me dito que o negócio do século era a água engarrafada.
Não me lembro quem era mas se tinha razão era porque estavamos no século passado.
Neste século outro galo canta e o negócio é sem dúvida o café da Nespresso.
Lembro-me que há um ano atrás, quando comprei a maquineta toda a gente me criticou que o café de tão caro até era um roubo, que não havia da concorrência e patati patata...
A verdade é que todos foram unânimes em reconhecer que o café era excelente e quando apareciam cá por casa passaram a tomar um cafezinho antes de se começar no G&T.
Quando se ia à boutique Nespresso, designação pretensiosa mas é mesmo assim, tinha-se a noção que se tinha adquirido um produto premium tal era o requinte do ambiente e o cuidado no atendimento.
Ora este ano, tive direito a fazer a ponte de dia 2 e verificando que estava curto de stock, aproveitei para ir resolver o problema ao Norte Shopping.
Sem pretender fazer uma análise sócio-económica ao perfil do consumidor Nespresso, devo dizer que fiquei assustado.
A porcaria da maquineta deve ter sido o presente de Natal por excelência em 2008!
É curioso como tirei uma senha tipo as do fiambre do hipermercado, com o número 818 às duas da tarde e ia no número 576. Via-se gente de todas as espécies, tamanhos e feitios a respirar um ar saturadíssimo, tipo sardinha em lata dentro da loja, mas desesperadas por adquirir as cápsulas coloridas, após conseguirem obter o consenso da excursão familiar quanto à melhor cor a comprar.
Quero desde já deixar bem claro que não foi para isto que me alistei, apeteceu-me gritar!
Que se lixe o elitismo, não paguei exclusividade mas já vi feiras bem mais calmas!
Logicamente não esperei, fui tratar de outra vida e regressei passado duas horas para verificar com alívio que já ia no 725, pelo que me fui embora sem comprar coisa alguma.
O problema é que gosto da porra do café e a Nestlé, apesar de vender as maquinetas em tudo o que é espelunca ainda não se apercebeu que tem nas mãos um produto de massa que já atingiu o segmento alvo do Continente e não descentraliza a porcaria da distribuição.
Já alguém me disse para encomendar pela net que não é preciso dar os dados do cartão de crédito, entregam rapidamente onde eu disser e não fica mais caro apesar de ter de comprar uma quantidade próxima do industrial.
Mas que querem que vos diga, não me consigo habituar a esta modernice da net!
Bem, até logo, que acho que já deve ter chegado ao 818.

CUIDADO COM A BOCA

Apesar de ser um gajo que reconhecidamente se alimenta à base dos cinco principais grupos alimentares (vinho, gin tónico, francesinha, prego em prato e tripas à moda do Porto) e de poder ser visto às 5 ou 6 da manhã a comer um hamburguer como se não houvesse amanhã, que em circunstâncias normais até o meu cão recusaria , não quero deixar de partilhar algumas das minhas notas sobre gastronomia, adquiridas ao longo dos anos graças ao facto de ser incapaz de estrelar um ovo mesmo que disso dependa a minha vida e como tal ver-me forçado a recorrer frequentemente a restaurantes.
Assim, vão por mim, nunca num restaurante peçam uma sobremesa que tenha "da casa", "da avó", "delícia" ou "maravilha" a complementar a designação.
No que se refere a "delícia" ou "maravilha" a recomendação é extensível ao que quer que se possa encomendar num restaurante.
O evitar o "da casa" também se pode aplicar a vinhos em 99% dos casos.
Quem avisa, amigo é!