quarta-feira, 19 de novembro de 2008

CONDUZIDO POR MIM, GUIADO POR DEUS

Hoje no telejornal vi uma notícia que dava nota de um padre que foi condenado a pagar 300 e tal euros por desobediência à GNR, que ao que parece é autoridade, não parando à ordem dos agentes.
Essas coisas do poder espiritual e do poder temporal sempre me baralharam, mas o que me fez rebolar a rir foi a argumentação da advogada de defesa.
Dizia a senhora (também é um papel ingrato o dos advogados, têm sempre de dizer qualquer coisinha por muito estapafúrdia que seja, ninguém lhes ia pagar para estarem calados, se bem que agora que penso nisso, nalguns casos era bem capaz de dar algum para fecharem a boca) que o senhor padre ia atrasado para celebrar missa e considerou que o seu dever para com os fiéis era superior ao seu dever para com a autoridade, pelo que optou por seguir viagem.
Se a argumentação pegasse, nunca mais eu parava a sinal da autoridade porque considero que o meu dever para com os clientes/colegas/gajas/gajos/animais de estimação/ entidades com quem vou reunir e em relação às quais normalmente estou atrasado, é superior ao meu dever com a autoridade.
É caso para dizer valha-nos Deus!

O DESIGNER ERA DISLÉXICO

Só queria dizer uma coisa muito rapidamente.
Se o senhor que fez este logotipo que as finanças escarrapacharam por todo o lado, nalguns casos em tamanho jumbo a cobrir toda a fachada de um prédio, facturou o trabalho ao ministério, espero que a factura seja devolvida por liquidar.
É que face ao teor do texto, (nalguns casos também aparece "facturar faz o país avançar") é por demais óbvio que o senhor se enganou no dedo.
Sem margem para dúvidas, o dedo que devia estar levantado era o do meio!

FESTA DA MAGUI III

Não vou estar sempre a bater na mesma tecla!
Apareçam e vejam!
E o flyer continua giríssimo!
Já agora também estou para ver quantas variações sobre o tema Margaridas é que os designers vão conseguir!
Sempre de bom gosto!

PORRA, UM HOMEM TEM DE GANHAR A VIDA

Hoje fui acusado, curiosamente por mais do que uma pessoa, de ser um grandessíssimo calaceiro no que respeita ao meu blogue que tem menos publicações este mês do que gajos sérios há na política, se bem que por uma unha negra.
Acontece que um homem tem de ganhar a vida e os dois últimos meses do ano são negros na minha actividade (há gajos que trabalham 24 horas por dia mais 12 por noite). Não é o meu caso, mas já estive mais longe.
Assim, não sobra muito tempo para as coisas realmente importantes (copos, gajas e futebol), mas que é que querem, a vida não é um mar de rosas.
E se não tenho tempo para isso, então para escrever é que nem pensar!
Para terem uma idéia, na passada Sexta feira, acordei às 05h30m da manhã (não é erro, não me deitei, acordei), para ir de camioneta (isso mesmo, tipo carreira só que com pessoal conhecido) para a Covilhã, onde ao abrigo de um programa de responsabilidade social da empresa onde trabalho, ajudei a pintar e a fazer melhoramentos numa casa de acolhimento de crianças desfavorecidas.
Apesar de não ter sido para isso que me alistei, até deu um certo gozo, tirando a parte da hora de despertar, as três horas para cada lado de carreira, o frio de rachar da terrinha e o facto de ter regressado à invicta à meia-noite tão exausto que nem jantei, fui direitinho para a cama.
O facto de ter duas mãos esquerdas e trabalhar com a direita, de ficar derreado das costas e pior da constipação foi largamente compensado pela alegria das crianças ao ver a obra feita e pelo facto de contra todas as probabilidades não ter malhado duma escada abaixo e dado com a mona no cimento.
Mas o facto de não ter publicações que se vejam tem também a ver com a nacional mania do adianço, do muito me vou preocupar amanhã.
Querem exemplo melhor do que o "paramos na próxima"?
Quando vinhamos da Covilhã, havia naturalmente pessoal que estava à rasca para ir à casa de banho. Pois acreditam-se que os gajos, "para não parar já, seguimos até à próxima". E chegando à próxima, "não acham que dá para aguentar mais 40 km que já agora paramos mais perto"?
Bolas, alguém me explica a lógica disto?
Tive um colega que mal paramos, foi logo ao lado da viatura de tão aflito que estava.
Mas é da natureza tuga, portanto estamos perdoados.
E como dizem os políticos, prometo que vou recuperar!


terça-feira, 11 de novembro de 2008

HAJA PACHORRA

Ultimamente instalou-se neste país a mania das reuniões.
Por tudo e por nada, ele é briefings, ele é meetings, ele é almoços de trabalho, grupos de projecto e por este andar pow how à índio, com direito a cachimbo da paz e tudo!
A juntar às centenas de e-mails que um gajo recebe, normalmente para preencher ficheiros ou discutir o sexo dos anjos, a produtividade cá no burgo tem mesmo de andar pelas ruas da amargura...é que por cada gajo que trabalha, há sempre dois a controlar o que ele faz e depois de tanto trabalho a planear e justificar, não sobra tempo para fazer nada que se aproveite.
Não é que eu tenha nada contra as reuniões, até me lembro de uma altura em que eram raras e pasme-se, produtivas!
As pessoas colocavam problemas e dificuldades, apresentavam-se propostas de solução, dotavam-se dos recursos necessários e as coisas, de uma forma geral resolviam-se. Mas isso era no tempo em que os animais falavam...
Esse modelo, infelizmente, esgotou-se. Talvez tenha sido porque há necessidade de ocupar um exército de assessores, consultores, grupos de projecto e outra rapaziada cuja utilidade, de uma forma geral e salvo raras excepções, me escapa completamente.
O modelo actual é o que eu baptizei de modelo Gabriel Alves. No fundo, as reuniões de uma forma geral servem para fazer o relato, ou seja, constatar factos, normalmente consumados e para fazer a conferência de imprensa final, com direito a flash interview (normalmente as partes interessadas têm direito a trinta segundos de tempo de antena). Ninguém aponta soluções e normalmente dizem-se mais disparates que o Gabriel Alves durante um relato (sim, é incrível mas é possível).
Infelizmente, têm tendência a durar tanto como um jogo, com intervalos, prolongamento e desempate por penalidades. E como essa seita dos fatinhos engomados acha que fumar um cigarro é um pecado mortal, um gajo ainda por cima tem de se aguentar sem intervalos e não pode parecer que estamos nervosos, senão somos fortes candidatos à próxima auditoria.
Gostava de dizer mais qualquer coisinha mas tenho de ir para uma reunião fazer um balanço dos resultados, que em grande parte não consegui por passar muito tempo em reuniões.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

UM PEDIDO AOS ARQUITECTOS

Somos indiscutivelmente um país de grandes arquitectos, e não falo só dos Siza, dos Souto Moura, Soutinhos e quejandos.
É geral, bolas, nalguma coisa tinhamos de ser bons.
Além do mais os arquitectos têm a vantagem de geralmente se limitarem ao que sabem fazer e não se meterem a tentar governar o país, o que só por si já é uma coisa boa.
Segundo percebo, têm como objectivo desenhar espaços bonitos, agradáveis e funcionais. Até aqui tudo bem, apesar de por vezes, com a guita dos outros, parecerem ricos.
Sabem aquelas experiências pelas quais quem já recorreu aos serviços de um arquitecto provavelmente já passou, do género:
-"Tijoleira? Nem pensar, tem de ser granito polido (podem substituir por mármore italiana, ouro, platina ou outro material astronomicamente caro) senão compromete toda a integridade do projecto!"
-"Porra, mas é para pisar e sujar e há uma tijoleira que visualmente é igual e muito mais barata!"
-"Parece-lhe, mas ou isso ou mais vale nem fazer nada!"
Percebem a idéia, nem vou por aí.
A minha questão prende-se com um pequeno pormenor que raramente se vê e cuja culpa deve ser do engenheiro (ultimamente muitas coisas são), mas que diabo, movam o mesmo tipo de influência que usam com o cliente na escolha dos materiais. Os arquitectos devem ter uma função pedagógica.
Em primeira análise até tem a ver com o comportamento reflexo das pessoas, mas que diabo, integrem a arte na realidade do dia a dia.
Tudo isto para dizer o seguinte:
Ponham a porra dos interruptores das casas de banho DENTRO das casas de banho.
É que o pessoal não bate à porta. Primeiro mexe no interruptor, depois gira a maçaneta e ao constatar que a porta está trancada, vai-se embora.
Deve ser uma cena da natureza humana, como a mulher não largar o telefone e o homem o comando da tv.
Nada me irrita mais do que ficar às escuras na casa de banho! É desagradável e perfeitamente evitável. E por vezes não é nada fácil.
Nem que ponham um interruptor dentro e outro fora (pelo que me lembro dos meus estudos electrotécnicos, o tipo de ligação chama-se comutação de escada)!
Ficaria muito agradecido e estou convencido que não era isso que faria disparar os custos!

DÉFICE DEMOCRÁTICO? NÁ...

Déficite democrático?
Já chegamos à Madeira ?
Estou confuso.
Por um lado, deve haver democracia lá no Jardinistão, senão alguém me explique como raio caberia na cabeça de um grilo tinhoso eleger um deputado do PND. Não lembra ao mais pintado!
Mas também não lembra ao diabo eleger o mesmo tipo tantas vezes seguidas (porra, nem que fosse para variar um bocado) e parece que o Jardim pelo andar da carruagem, vai ser coroado rei mais dia menos dia.
Por outro lado, não me parece muito democrático impedir a entrada no parlamento a um deputado eleito pelo povo (por muito que o povo estivesse enganado), só porque os outros deputados assim decidiram.
Como digo, estou confuso!
E o que me preocupa é que se a moda pega, o Engenheiro ainda se lembra de votar no parlamento a exclusão da oposição com um pretexto qualquer, sei lá, falta de interesse geral ou devido ao mau tempo, ou porque o pequeno almoço lhe caiu mal...
É certo que lá o moço exibiu uma bandeira nazi, símbolo do qual não gosto. Mas também é certo para quem assistiu à peixeirada, que o fez com uma conotação negativa, para ilustrar uma opinião e não para propagandear a ideologia, o que me parece, apesar de parvo, legítimo.
E se um deputado, ou já agora um gajo qualquer neste país, não pode ter idéias próprias, por absurdas que possam ser, está o caldo entornado.
Por este andar, mais dia menos dia fecham-me aqui o pasquim!
E não gostava nada disso...
Se calhar mais vale dar a independência ao Jardinistão, não vá a moda pegar aqui no cantinho!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

LAR DOCE LAR

Quem me conhece, sabe que no que toca a tarefas domésticas sou uma nulidade, além de um grande calaceiro.
Como a maioria dos gajos solteiros da minha idade, tenho alguma dificuldade em perceber a utilidade de determinados móveis, dado que existe o chão para atirar as coisas. E assim ficam à vista e não temos de perder muito tempo a procurá-las da próxima vez que precisarmos.
Para terem uma noção, e isto é rigorosamente verdade, comprei um fogão há anos que evidentemente não faço idéia como se usa (na realidade dentro do forno ainda estão as garantias, instruções e os pés que os gajos que entregaram esqueceram-se de montar), mas era importante para não ficar com um buraco na cozinha.
Como tal, tenho a melhor invenção de todos os tempos. Uma mulher a dias!
A senhora não limpa grande coisa, mas gosta de tratar do jardim, o que sempre vai sendo alguma coisinha. Lava-me a louça do fim de semana, que nunca chega para uma máquina portanto aguarda na banca a sua vez de ser lavada, faz-me a cama de lavado e dá uma limpadela por onde passa a procissão.
Tem as vantagens de uma mãe, mas não pode mandar vir comigo e não tem caracter de permanência. Querem melhor que isto?
É certo que tem idéias próprias quanto ao que deve ser a decoração de minha casa, o que a princípio me irritava. Também é certo que põe sempre o edredão com o padrão atravessado e sempre que chego, as revistas que deixei na casa de banho estão em cima da mesa da sala.
No entanto, já me habituei a essas pequenas idiossincracias e faz parte do meu ritual quando chego a casa corrigir essas manias da senhora.
Também desconfio que não deve saber ler porque sempre que deixo um bilhete a pedir qualquer coisa, não vejo nem o bilhete nem resultados práticos. Mas não perco por insistir. Como dizia o outro, a esperança é a última a morrer.
Por vezes irrito-me, quando por exemplo abro o louceiro e caiem-me em cima quatro chávenas que se estatelam no chão. A sério, uma ou duas, ainda estou como o outro, mas quatro empilhadas e travadas contra a porta, como raio é que ela conseguiu? Não deve ser fácil!
De certeza que tirou a mão como um raio e fechou a porta como um foguete.
É um milagre não ter fechado o braço dentro do armário.
E enquanto vou buscar o aspirador a praguejar apetece-me despedi-la, mas lembro-me sempre das sábias palavras da minha mãe (desconfio que tem um secreto temor que se eu despedir a senhora a casa se torne num segundo Chernobyl e que sobre qualquer coisa para ela) que diz:
"Olha que não é fácil arranjar quem queira trabalhar nestes dias e pelo menos é séria!"
E é, e ao que me é dado a perceber neste momento é a única qualificação que se pode exigir!
Há administradores de bancos com menos qualificações, ao que consta! Pelo menos nesse campo.
Lá se vão os meus sonhos de contratar uma mulher a dias, sei lá, tipo Ucraniana de 25 aninhos. Também não precisava de limpar muito, que eu já vou estando habituado e nem me convinha que fosse totalmente séria, mas não há mundos perfeitos!
Bom, pelo menos hoje a cama está feita de lavado e durmo sempre melhor nessas noites!