segunda-feira, 30 de março de 2009

CHAMEM A POLÍCIA

Pois, quando penso que já nada me surpreende, lá sou eu apanhado na curva.
Julga um gajo que já viu de tudo, mas vivendo em Portugal, tem de ter sempre a mente aberta e não se deixar surpreender facilmente.
Ultrapassamos largamente aquela tanga do" já vi um porco a andar de bicicleta".Cá na terrinha, no mínimo um porco a fazer o pino numa motorizada enquanto faz malabarismos com quatro ou cinco bolas, usando os pés!
Isto a propósito do último relatório de segurança interna, apresentado na semana passada.
Parece que em 2008 a criminalidade subiu face a 2007, na geral 7,5% e na violenta 10,7% (estamos a especializar-nos, o que é bom, se queremos chegar a qualquer lado).
Isso por si só, já é bastante mau mas vivendo nós cá no sítio já nos fomos habituando a conviver com más notícias.
Agora o que eu achei o máximo foi aquele senhor que é ministro da administração interna a querer convencer-nos que estamos no bom caminho. A minha alma está parva com a lata destes gajos.
Se não ouvisse não acreditava, mas o senhor disse que a estratégia traçada estava a ser implementada e os resultados eram bons!
Serei só eu que acho que algo não bate lá muito certo?
Ora bem, chamei o puto ranhoso do vizinho para meu consultor, não me estivesse a escapar qualquer subtileza de raciocínio, e forneci-lhe os dados disponíveis.
Não é que o raio do puto concluiu que se estava a ser aplicada a estratégia e os resultados eram piores, só havia dois caminhos a seguir:
Mudar a estratégia ou estar quietinho que as coisas, assim como assim, para piorar tinham de ser género guerra civil, o que não é provável neste país de brandos costumes.
Porra, tenho de me pôr a pau que o gajo ainda vai ser ministro. Com esta idade e já sabe que se não mexer pelo menos não estraga, o que é mais do que se pode dizer de alguns ministros.

terça-feira, 24 de março de 2009

METRO MAL MEDIDO

Durante muitos anos o facto do Porto não ter metro foi motivo de gozo para a generalidade dos atrasados mentais da segunda circular, à falta de êxitos desportivos com que nos pudessem irritar, uma vez que a situação era anterior à criação da taça da cerveja que surgiu como forma de salvar a época aos grupelhos lá de baixo.
Agora que temos metro, calamos essa cambada.
É a nossa vez de gozar com o metro mais sui generis da história dos transportes colectivos urbanos, mas nós podemos, que o metro é nosso!
Para além das indicações cabalísticas que já tive ocasião de referir que fazem que mesmo para um autóctone seja quase impossível perceber aquela tanga dos z1 equivalerem a c2 ou o raio que os parta (coisa de engenheiros de certeza absoluta), de ter de se procurar equivalência num mapa colorido, (daltónicos e invisuais não podem andar de metro), basicamente ilegível que nos indica os cês ou os zês cuja equivalência depois fazemos numa tabela e se correr bem acertamos (tem sempre a vantagem de tramar os camones porque só tem indicações em português, se bem que em dialecto engenheirês) e evitamos a multa, dado que apesar de não haver gajos para dar indicações, fiscais é uma farturinha, descobri hoje uma coisa que é de rebolar a rir:
Uma viagem Porto-Vila do Conde custa 1,20 €!
A viagem Vila do Conde - Porto, exactamente entre as mesmas estações custa 1,45 €!
Isto só por si já tem a sua piada.
Mas o que realmente teve piada foi ouvir o fulano do Metro do Porto (e não era um revisor, era da comunicação) a explicar que não se trata de erro, é assim mesmo, porque as zonas são estabelecidas em círculos e pode acontecer que eventualmente num sentido a estação caia no interior de determinado círculo, mas no sentido inverso cair noutro de zona superior!
Não é mentira, eu ouvi! Ainda estava à espera que ele dissesse que era um lapso, que o correcto seria o mais caro nos dois sentidos, mas saiu este mimo de antologia.
Só não percebo do que estão à espera para arranjar um cargo no governo a este homem.
Já que não aceitamos os parques de diversões e por isso não há lugares disponíveis para malabaristas, acho que só no governo será possível aproveitar tal talento.
Parece-me vislumbrar uma teoria para explicar a crise, do género, a crise foi provocada pelo governo só para verem as medidas espectaculares que somos capazes de tomar para combater uma crise que nunca existiria sem nós.

BRINCADEIRINHAS

Felizmente neste país não há desemprego, ao contrário do que acontece pelo resto do globo!
Abençoado Socratistão, quase tão preservado das agruras do capitalismo liberal como a Coreia do Norte.
É o que faz ter grandes líderes.
Pelos vistos a agência nacional de investimento, ou lá como se chama essa entidade dita competente, acabou de recusar dois projectos na área turística que se propunham a criar 12.000 postos de trabalho em dois parques de diversões.
Que não precisemos de empregos, ainda percebo porque isso de obrigar o pessoal a bulir é desumano e o turismo nem sequer é uma área estratégica cá do burgo, mas o mais giro ainda são as razões invocadas.
Em primeiro lugar, o local pretendido era área de sobreiros, pese embora serem terrenos que há algum tempo estavam na esfera do projecto aeroporto da Ota (agora substituído pelo aeroporto internacional de Alcochete Jamais) e onde não existe um só sobreiro há mais de 30 anos.
Mas como querem que o tipo da agência saiba isso se da janela do gabinete não dá para ver os ditos terrenos? Só faltava que um gajo agora tivesse de adivinhar...
Mas a peça de resistencia foi a justificação dada aos investidores, que se pudesse ser exposta ao público constituía de per si espólio suficiente para um museu do surrealismo.
A um dos grupos de investidores, disseram que não estavam interessados em apoiar o projecto porque já existia um projecto semelhante geograficamente próximo.
Ao outro grupo disseram exactamente a mesma coisa!
É incrível como se consegue fazer tanta asneira sem mentir.
Só estranho como é que num país com tantos palhaços se recusam parques de diversão...

quinta-feira, 19 de março de 2009

MAS AFINAL QUEM É QUE JULGAM QUE SÃO?

As pessoas andam todas trocadas da caixa córnea.
A situação já há muito que está para lá de Bagdad.
Não sei de que é que se convenceram, mas cada vez mais acho que somos o país com mais aspirantes a advogados amadores. E com mais direitos e menos deveres.
Em cada tuguinha, mesmo que ainda em projecto, está já um jurista perfeitamente ciente dos seus direitos, reais ou imaginários mas geralmente disparatados e no mínimo surrealistas.
É fantástico! Este povo pode não saber falar, pode usar palavras compridas cujo significado desconhece mas que soam bem, totalmente fora do contexto, mas invocam os direitos e a lei com uma facilidade aterradora. E quando são contrariados vão para casa e regressam no dia seguinte com expressões tipo: - "O senhor tem de me dizer qual é o artigo que diz isso porque estive toda a tarde à procura no código civil e não encontrei". Isto vindo de gajos que para assinar marcam o dedo a seguir à cruz.
Acho que o que queriam dizer é que estiveram à procura do código civil e não encontraram. É um livro, não sei se está a ver, é normalmente em papel, envolto por uma capa, geralmente mais dura um bocadinho e dentro tem impressas umas coisinhas que parecem montes de pequenos insectos alinhados em filinhas e que se chamam letras.
Alguém me dê pachorra que eu já não tenho nenhuma!
E os critérios de exigência? Fantásticos.
Acho que toda a nação se transformou naqueles broncos que antigamente, quando andavam pela primeira vez de avião já se julgavam o Xá da Pérsia e tratavam a hospedeira por moça, davam ordens a berrar, sem se fizer o favor nem muito obrigado, do tipo traz-me um scotch que eu paguei bilhete e tenho direito, ou arranja-me já uma almofada ó boazona e outros despautérios do género, enquanto a tentavam apalpar e riam de forma a acordar todo o avião.
Só que agora são assim em relação a tudo, Deus os abençoe, é o lado negro da democracia.
Estão aqui para ser servidos, ou melhor, já deviam ter sido, estão à espera de quê?
E o mais giro é que se criou a idéia que pedindo o livro de reclamações tudo se resolve a contento, por mais disparatada que seja a exigência, portanto se um gajo tem de esperar mais dois minutos na fila da padaria, pede o livro que já vai lixar o sacana do padeiro porque demorou a fazer o troco ao cliente anterior, o que nos atrasou e é inadmissível. Afinal eu pago pelo pão.
As coisas estão mais ou menos neste ponto e já se conseguiu vulgarizar o uso do livro ao ponto de já nem mesmo as entidades a quem é dirigida a queixa levarem a coisa muito a sério.
E isso é mau porque à custa dos pacóvios prepotentes que neste momento são mais que as mães, ficam sem tratamento sério as queixas dos gajos que realmente são pertinentes.
Por outro lado, acho que os gajos que trabalham nas entidades ditas competentes já devem ter matéria para fazer uma enciclopédia de anedotas, o que sempre permite alegria no trabalho.
Enfim, é um pequeno preço a pagar pelo maior bem da democracia. E como parece que a educação melhora a olhos vistos, mais umas cem gerações e a questão estará ultrapassada.

quarta-feira, 18 de março de 2009

PÉROLAS

Eu sei que me podem acusar de falta de imaginação, que isto não é um blogue sobre música e que estou a encher chouriços, etc e tal.
No entanto, ouçam este disco.
A senhora (tem idade para ser minha mãe, sabe bem dizê-lo) até não faz normalmente parte do meu espectro musical, tirando aquela magnífica versão do "as tears go by" da autoria dos Stones, inicialmente gravada por ela nos tempos em que namorava com o Mick (pronto, tem mau gosto em gajos, ninguém é perfeito).
No entanto este álbum com 18 covers de gente tão diversa como os Decemberists (esta com Nick Cave nos backing vocals), Morrissey, Brian Eno e até Dolly Parton (a dos diversos atributos que estão a pensar) e com colaborações desde Antony, Rufus Wainwright, Jarvis Cocker, Teddy Thompson e por aí fora (são dezoito convidados na verdade, entre músicos e vocalistas) é magnífico de tão belo.
Músicas bem escolhidas, versões inteligentes, com arranjos perfeitos e com a voz espessa da senhora, misto de fumo e Jack Daniels a cortar as canções como uma faca quente a atravessar manteiga. E geralmente bem acompanhada.
Apetece abrir uma garrafa de bom tinto (se não houver que se lixe, vai do mau), apagar as luzes, acender um cigarro e atirar os pés para cima da mesa, tipo filme negro a cores.
Quanto a preconceitos musicais, estamos conversados, acho que cada vez tenho menos...

terça-feira, 17 de março de 2009

BURRO VELHO

Não há dúvida, é oficial, burro velho não aprende línguas!
Saibam que decidi voltar a estudar. Sei que não fará muito sentido, mas há uns tempos recebi uma carta em que me informavam grosso modo que com pouquinhas cadeiras, graças ao abençoado processo de Bolonha, poderia ficar com mais uma licenciatura. Claro que a situação me cheirou a papel queimado, mas como era a meu favor, deixa lá ir ver o que é isto.
Com a minha habitual chico-espertice, característica tão vincada da alma lusa, lá pedi aos gajos que me fizessem as contas, e somando e subtraindo as muitas cadeiras que fiz ao longo dos vários cursos que frequentei (curiosamente cheguei a acabar alguns), chegaram à conclusão que só precisava de fazer uma cadeira semestral.
Esfreguei as mãos, paguei uns trocos e pensei cá para mim que estava no papo, não podia ser assim tão difícil ir a quatro horitas por semana, fazer um exame (ou três, que trabalhador estudante tem direito a épocas que nunca mais acabam, portanto venceria nem que fosse pelo cansaço) e sacar um dezito que nesta altura já me contento com pouco, a idade não perdoa. Aliado a isso tudo, pensei que como bónus a turma teria umas catraias giras para pelo menos alegrar as vistas e que assim já não se perderia tudo.
Se fosse católico, diria que Deus castiga. Como sou supersticioso, alguém invejoso me rogou uma praga!
Para começar, enfiaram-me as aulas à sexta-feira, o que me estraga uma jantarada por semana e uma noite de copos, que depois de gramar aquilo não há paciência para mais nada.
Quanto às moças, até podem ser giras mas já trato a generalidade por minha senhora e as restantes por minha menina. Também devia ter-me lembrado que já quando era novo não eram, regra geral, nada de parar o trânsito, mas com a idade a memória atraiçoa-nos. Qual esperança nas futuras gerações, senilidade, é o que é...
Para cúmulo, para além do exame a cadeira tem um trabalho individual e obrigatório que ainda me vai lixar uma porrada de sábados, para além de ter de olhar para montes de tralhas que já tinha apagado do disco duro para deixar espaço para as coisas realmente importantes (catraias, bola e essas cenas de gajos) e correr o risco de perder um jogo do FCP que as aulas são de comparência obrigatória (fascistóides, quando me lembro que fiz cadeiras sem ter conhecido o professor e fui feliz na mesma, ou até mais...).
Mas não é tudo mau, já aprendi algumas coisas interessantes, sendo que a mais importante é que não vale a pena tirar cursos de gestão. Já dou o dinheiro por bem empregue porque sempre tive essa teoria mas dá um certo gozo ouvi-la da boca dum gajo que é professor doutor. Acrescenta credibilidade à coisa. Podia ser motivo para pedir reembolso da guita, mas eu aplaudo de pé!
Na verdade, quando eu dizia isso há alguns anos atrás até me batiam, quando sai da boca do gajo tomam apontamentos, essa cambada de lambe-botas.
É o preço de ser um visionário, é o que é...(parece um bocado do Calimero, mas é verdade).
Na realidade, dizem que a generalidade dos métodos e modelos que estudei estão ultrapassados (compreende-se, às vezes até eu me sinto ultrapassado e os gajos que inventam estas patacoadas têm de continuar a vender livros, senão como alternativa têm de ir bulir e mandar algumas empresas ao charco, Deus que nos livre), porque se concluíu que os métodos de previsão eram ineficazes e ninguém conseguia prever coisa nenhuma até mesmo no curto prazo, pelo que foram substituídos por orientações gerais do tipo missão da empresa (eu chamo-lhe chavões geralmente disparatados, mas admito que tenho tendência para a simplificação excessiva), que permitem direccionar as pessoas e reorientar rapidamente a empresa em caso de mudanças macroeconómicas súbitas (porra, há gajos que nem com um mapa colado na testa encontram a casa de banho, quanto mais redireccionar empresas com orientações gerais).
Não sei se há prémio Nobel do óbvio, mas o gajo que chegou a esta conclusão merece-o de certeza!
O único senão é saber que tudo o que estou a aprender neste curso, com elevado sacrifício pessoal e avultados custos para a economia real (os fabricantes de gin e donos dos bares desceram significativamente as receitas de sexta feira), vai daqui a dois ou três anos ser dado como ultrapassado, porque um guru qualquer vai escrever um livro a advogar que o destino das empresas se deve decidir através de moeda ao ar, representando coroa avançar e cara retrair, ou viceversa, não tenho bem a certeza, e isso, por muito que melhore o funcionamento actual das nossas empresas, não me parece que comporte matéria suficiente para um curso de gestão!

quarta-feira, 4 de março de 2009

SAUDADE

Toda a gente quer dar cabo do meu complexo de Peter Pan.
Já um rapaz não pode ter um gosto na vida, une-se logo meio mundo para o tramar. Uma cambada de invejosos, é o que são!
Hoje recebi um telefonema, onde simpaticamente um colega me informava que o meu carro de serviço já estava encomendado e que o iria receber durante o próximo mês (na eventualidade de não ser despedido antes, da forma que as coisas andam, que o mar não está para peixe.).
Paradoxalmente, quando a maioria das pessoas ficaria contente por ter um carro à borla para uso total, eu fico triste, por variadíssimas razões.
A principal é que o meu carrinho, igual ao da fotografia, é um bocado como o casaco de pele de cobra do Saylor no filme Coração Selvagem. Representa a minha crença na individualidade e na liberdade pessoal. E tinha montes de vantagens, a acrescer ao facto de me pagarem os kilometros, o que já de si não era mau, senão vejamos:
Sempre que é preciso fazer uma viagem longa para reuniões ou encontros, apesar de eu insistentemente me oferecer para levar o carro, tenho montes de colegas a dizerem:-"deixa estar, eu levo o meu, é mais rápido."-o que me permite uma viagem descansada, por vezes até a passar pelas brasas quando a hora o justifica.
Quem julgava que a única vantagem de um 4x4 era poder andar fora de estrada, desengane-se. Também é uma vantagem o facto de não andar lá muito depressa na auto estrada!
Outra é que sempre que é preciso ir levar um agente ou um cliente importante, ou buscar um administrador ao aeroporto, ainda que por mera distração me perguntem se estou disponível, rapidamente caiem em si e dizem: - "pensando bem, com o teu carro é melhor não, sobrando a incumbência para outro desgraçado". Abençoado carrinho!
E a outra, e das maiores é que o carro irrita toda a gente. Farto-me de ouvir que é um carro de puto, que uma pessoa do meu estatuto (seja lá o que isso for, já tentei usar para pagar na mercearia e o gajo não aceitou, portanto não deve ser grande coisa) e idade (vão chamar velho ao raio que os parta) devia ter um carro mais carro (seja lá o que isso for, parece-me estúpido) e esses disparates todos. O que redobra o meu gozo quando por alguma razão tenho de dar boleia a essas pessoas (há mais marés que marinheiros), que aproveito para azucrinar durante todo o percurso com as vantagens do meu carrinho (é confortável, tem o equipamento todo, a diesel, não gasta muito, estaciona-se bem, sobe passeios na maior, faz todo o terreno como um dos grandes e é bonito).
Só tem uma desvantagem, confesso. Como há poucos, corro sempre o risco de dizer a alguém que estou em determinado sítio a trabalhar e o carro ser visto noutro sítio qualquer. Pode ser comprometedor e concedo que isso não acontecia com um Renault Megane ou VW Golf. E cenas dessas já têm dado divórcios, mas como também não sou casado, que se lixe...
Não há mundos perfeitos!
Como sou só um e me custa deixar o carro a apodrecer, vou ter de o vender, mesmo que só faça três anos este mês (o carro, não eu).
Aproveito que o blogue é meu e dizem que posso fazer o que quiser, para convidar eventuais interessados na compra a contactarem-me.
Vão ver que é fantástico e parece que não fazem parte da manada cinzentona!

segunda-feira, 2 de março de 2009

OLHEM PARA O QUE EU DIGO...

Já devem ter percebido que não embarco muito em americanices.
Não é nada pessoal, até tenho alguns amigos porreiros da terra do tio Sam, mas irrita-me aquela mania que são polícias do mundo e guardiões da moral, como se alguém lhes tivesse encomendado o serviço.
E ainda por cima só fazem argoladas, parece um filme dos irmãos Marx com argumento do Pateta e realização do Woody Allen na fase Bananas .
Tudo isto vem a propósito de um relatório que os gajos mandaram cá para fora relativo aos direitos humanos, onde entre outras coisas apontavam o dedo à grave situação em Portugal.
Porra, ninguém mais que eu é crítico em relação à actuação de alguma polícia cá do burgo e à situação que se vive nas cadeias desta parvónia. Mas eu sou de cá, diz-me respeito, posso e devo mandar bocas!
Agora, a minha mãezinha ensinou-me que quem tem telhados de vidro não atira pedras aos vizinhos.
E sinceramente não me parece que sítios como Guantanamo ou o vídeo recentemente divulgado de dois polícias americanos a espancar uma adolescente desarmada sejam muito abonatórios...
Porra, arrumem primeiro a vossa casa e depois venham falar da dos outros.
Já não há pachorra para tanta presunção!

FREEPORT (OU SERÁ FREEPOR?)

Parece que tem estado muito em voga o caso Freeport (Freepor para quem só teve inglês técnico), mas confesso que tenho andado distraído e não tenho prestado muita atenção ao caso.
No entanto, como a generalidade dos Tugas, tenho a minha opinião sobre o assunto, aliás sobre todos os assuntos, mesmo os que desconheço. E vou tecer alguns comentários, se o Prof. Marcelo pode, eu também posso.
Em primeiro lugar, quero dizer que sou todo a favor de sítios que vendam roupa de marca, bonitinha, a preços mais em conta que a crise toca a todos. Julgo que nesse aspecto, se é que o Eng. teve alguma coisa a ver com isto, prestou um grande serviço à nação, porque bem vestidos ficamos com um ar mais lavadinho, o que prestigia o nosso cantinho e como os olhos também comem, ajuda-nos a enganar os gajos da Eurolândia para sacarmos mais umas coroas.
Claro que se esteve envolvido é óbvio que o Eng. também lucrou qualquer coisinha, porque isto de estar no top ten dos mais elegantes do mundo com o ordenado de primeiro, só mesmo recorrendo a outlets ou aos ciganos, mas com a ASAE de vento em popa não podemos arriscar mais um escândalo de Armanis falsos ou Valentinos martelados.
Assim, uma lojinha barata ao pé da porta vem mesmo a calhar.
Parece que estou a imaginar as notícias:
"PRIMEIRO MINISTRO EM CUSTÓIAS!", seguido em letras muito pequeninas "a fazer compras na feira" que estes gajos da imprensa são uns facciosos que só querem vender papel e destruir arvorezinhas, esses sim destroem reservas ecológicas em barda para imprimir pasquins.
Em segundo lugar, insinua-se que o Eng. só recebeu a rapaziada do Freeport porque teve uma cunha do tio. Ora bem, é uma mentira retinta. Qualquer de nós, se quisesse, era recebido pelo Eng., bastava telefonar na véspera que teria todo o prazer em reunir connosco. E oferecia um cafézinho e uns biscoitos que a hospitalidade é uma característica nacional. Mas efectivamente a ser verdade que foi uma cunha do tio (nepotismo, grita essa cambada de comunas e fascistas), trata-se de preservar uma das maiores tradições nacionais que com esta treta da Eurolândia corre sério risco de fazer companhia ao Mirandês nos anais do esquecimento.
Depois, parece que há pessoal que estranha a rapidez com que o mamarracho foi licenciado. Porra, país de malucos, se demora está mal, se é rápido também está mal, assim ninguém aguenta. Quer dizer, um trabalho bem feito, coisinha despachada e mesmo assim criticam. Nunca estão satisfeitos, vejam lá se se decidem. Não se pode ser eficiente que suscita logo inveja.
Paradoxalmente, os mesmos que protestam a celeridade do licenciamento, mandam vir com a demora no inquérito. Vejam lá se se decidem, em que é que ficamos?
Devagar ou depressa? Arre!
Já deviam saber que a investigação cá no cantinho tem três velocidades. Devagar, muito devagar e parada. E esta nem é das mais lentas, senão olhem para a da Casa Pia ou Camarate! Além do mais com gajos a estudar karate na China, como é que se pode avançar?
Não se preocupem que nada vai ser abafado, vai-se concluir que não havia nada para abafar, era tudo uma cabala!
E acusam o Eng. de alterar a zona de protecção exclusiva, ou lá como se chama aquela porra!
Mal intencionados, o que está mal deve ser rapidamente corrigido e estava-se mesmo a ver que o que ficava bem ali, e já pecava pela demora, era um centro comercial. Abençoada coragem de abanar o Status Quo!
E digo mesmo mais. Se não recebeu guita por isto, devia ter recebido que a livre iniciativa e o empreendedorismo deve ser justamente premiado.
É como diz o Eng., uma campanha negra, é o que é!

O MARKETING JÁ NÃO É O QUE ERA

Não, não é mais uma publicação sobre futebol, até porque o fim de semana não correu lá grande coisa nesse capítulo...
No entanto, e isto é debatível, sou da opinião que a figura mais odiada, insultada, agredida e de uma forma geral mais mal vista do futebol é o árbitro (vá-se lá perceber porquê).
Sucede que este fim de semana reparei que os árbitros trazem publicidade nas camisolas. Não será contraproducente?
Dantes as empresas procuravam associar os seus produtos a figuras de prestígio, líderes de opinião, gajas boas e gajos com pinta, na esperança que o Zé Povo se associasse mentalmente a essas figuras ao comprar o produto/serviço publicitado e como tal corresse às lojas como se disso dependesse a sua felicidade eterna.
Hoje em dia parece que vence a teoria do não importa que falem bem ou mal, desde que falem, que por acaso sempre achei uma imbecilidade retinta.
Cá por mim, não sou dono (com grande pena minha) de nenhuma empresa que anuncie nas camisolas dos árbitros (na verdade não sou dono de nenhuma empresa), mas se fosse dava cartão vermelho ao gajo que se lembrou disto!