terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O NEGÓCIO DO SÉCULO

Quando andava a estudar lembro-me de um professor cuja cadeira não faço idéia qual era, ter-me dito que o negócio do século era a água engarrafada.
Não me lembro quem era mas se tinha razão era porque estavamos no século passado.
Neste século outro galo canta e o negócio é sem dúvida o café da Nespresso.
Lembro-me que há um ano atrás, quando comprei a maquineta toda a gente me criticou que o café de tão caro até era um roubo, que não havia da concorrência e patati patata...
A verdade é que todos foram unânimes em reconhecer que o café era excelente e quando apareciam cá por casa passaram a tomar um cafezinho antes de se começar no G&T.
Quando se ia à boutique Nespresso, designação pretensiosa mas é mesmo assim, tinha-se a noção que se tinha adquirido um produto premium tal era o requinte do ambiente e o cuidado no atendimento.
Ora este ano, tive direito a fazer a ponte de dia 2 e verificando que estava curto de stock, aproveitei para ir resolver o problema ao Norte Shopping.
Sem pretender fazer uma análise sócio-económica ao perfil do consumidor Nespresso, devo dizer que fiquei assustado.
A porcaria da maquineta deve ter sido o presente de Natal por excelência em 2008!
É curioso como tirei uma senha tipo as do fiambre do hipermercado, com o número 818 às duas da tarde e ia no número 576. Via-se gente de todas as espécies, tamanhos e feitios a respirar um ar saturadíssimo, tipo sardinha em lata dentro da loja, mas desesperadas por adquirir as cápsulas coloridas, após conseguirem obter o consenso da excursão familiar quanto à melhor cor a comprar.
Quero desde já deixar bem claro que não foi para isto que me alistei, apeteceu-me gritar!
Que se lixe o elitismo, não paguei exclusividade mas já vi feiras bem mais calmas!
Logicamente não esperei, fui tratar de outra vida e regressei passado duas horas para verificar com alívio que já ia no 725, pelo que me fui embora sem comprar coisa alguma.
O problema é que gosto da porra do café e a Nestlé, apesar de vender as maquinetas em tudo o que é espelunca ainda não se apercebeu que tem nas mãos um produto de massa que já atingiu o segmento alvo do Continente e não descentraliza a porcaria da distribuição.
Já alguém me disse para encomendar pela net que não é preciso dar os dados do cartão de crédito, entregam rapidamente onde eu disser e não fica mais caro apesar de ter de comprar uma quantidade próxima do industrial.
Mas que querem que vos diga, não me consigo habituar a esta modernice da net!
Bem, até logo, que acho que já deve ter chegado ao 818.

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