quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A BATALHA DA PRODUTIVIDADE SERÁ GANHA

Não há fome que não traga fartura e como tenho tido reclamações sobre a incúria com que tenho gerido este pasquim, aqui fica a terceira posta de pescada do dia, para que não haja razões de queixa, mais vale aviar de empreitada já que liguei a maquineta.
Antes de mais nada, a justificação, não vá alguém da empresa ler esta treta e eu perder mais uma oportunidade para marcar pontos:
-Tenho trabalhado como o caraças! Para terem uma idéia, nos últimos quinze dias a hora mais cedo que saí foi às oito, a mais tarde já foi no dia seguinte e em dia nenhum cheguei ao trabalho depois das nove da madrugada. Ao que um homem se vê reduzido para ganhar o pão e gin de cada dia!
Agora que penso nisso, tempo útil de trabalho a acrescentar valor não foi por aí além, dado que a maior parte do tempo foi dividido por reuniões, formações (tenho de me lembrar que isto dá para publicar qualquer treta) e até uma auditoria (esta dá pano para mangas, mas tenho de ter tempo para escrever sobre isto porque se não fosse assunto sério era de rebolar a rir. E mesmo sendo sério, que se lixe, fica agendado.) . Trabalhinho a sério, negócio propriamente dito é no intervalo destas coisas, que são o que faz desenvolver a economia! Vou ser o gajo mais preparado, estrategica, formal e tecnicamente para fazer negócio que infelizmente não se vai concretizar por falta de tempo, dado que foi todo gasto na afinação destas competências indispensáveis!
Um destes Sábados tive uma reunião em Lisboa. Naturalmente a reunião começou às dez da manhã, que é muito boa hora para se começar a bulir ao Sábado.
Aliás foi por causa duma destas reuniões que recentemente descobri que o Sábado também tem manhã.
Logicamente cheguei com duas horas de sono e uma de chuveiro, no meu melhor, com o pequeno almoço ainda a saber a gin.
Felizmente acho que a soneca passou por concentração profunda e dado que estavamos para aí quinhentas pessoas e a sala estava pouco iluminada por causa das projecções, não devo ter dado bronca por aí além.
No entanto, não há bela sem senão.
Um consultor (por acaso melhor e mais competente do que a generalidade dos consultores que ao longo dos anos me têm saído na rifa e até com alguma piada, que ainda por cima fala mal a língua de Camões) com quem tinha estado a desenvolver uns trabalhos, pediu-me para ir explanar pessoalmente ao presidente da comissão executiva determinado ponto de vista.
Sabem aquela sensação de serem mandados parar numa operação stop depois de terem bebido um copo e não saberem se vai acusar ou não?
Se não sabem ainda bem. Ou não bebem, (coitados) ou não conduzem (inteligente), ou bebem como desalmados e sabem que vai acusar (logo sem stress) ou têm uma sorte danada. De todo em todo foi a minha sensação, tipo sem pinga de sangue...
E lá fui eu, sem rede e sem tempo para colar um post it na gravata para servir de ponto, que remédio.
Quando o presidente me pediu a opinião demorei a responder, até se deviam ouvir as engrenagens com dificuldade em arrancar (este tipo de coisa é normalmente lido como ponderação) e deviam ver-se os fios que me mantinham de pé.
Lembro-me de ter babulciado qualquer coisa na linguagem do R2D2 ou lá como se chamava aquele robot da guerra das estrelas, mas o que vale é que o presidente domina idiomas (acho que às vezes fala Klingom).
A coisa passou, mas tenho de me lembrar para a próxima de em vésperas destas coisas pedir Bombai que dá melhor despertar.
Quem disse que as reuniões não são úteis? Viver e aprender.
E agora vou-me embora que amanhã tenho formação e tenho de estar no meu melhor!

3 comentários:

MTOCAS disse...

:D Continuas em grande!!

não doeu nada e acabas por nos divertir com estas descrições, só é pena não ter fotografia do momento em que as engrenagens quase n funcionam e a aura de álcool não é visivel ;-)

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a blast from the past

MS disse...

Imagina um filme de Manoel de Oliveira só que em câmara lenta, com a personagem a recitar Proust e com banda sonora de Einsturzende Neubaten no máximo volume e tens uma imagem pálida da realidade.

Alberto disse...

Um filme do Manuel de Oliveira em câmara lenta??? Se aquilo já é mais parado que fotografia...