
Acontece que um homem tem de ganhar a vida e os dois últimos meses do ano são negros na minha actividade (há gajos que trabalham 24 horas por dia mais 12 por noite). Não é o meu caso, mas já estive mais longe.
Assim, não sobra muito tempo para as coisas realmente importantes (copos, gajas e futebol), mas que é que querem, a vida não é um mar de rosas.
E se não tenho tempo para isso, então para escrever é que nem pensar!
Para terem uma idéia, na passada Sexta feira, acordei às 05h30m da manhã (não é erro, não me deitei, acordei), para ir de camioneta (isso mesmo, tipo carreira só que com pessoal conhecido) para a Covilhã, onde ao abrigo de um programa de responsabilidade social da empresa onde trabalho, ajudei a pintar e a fazer melhoramentos numa casa de acolhimento de crianças desfavorecidas.
Apesar de não ter sido para isso que me alistei, até deu um certo gozo, tirando a parte da hora de despertar, as três horas para cada lado de carreira, o frio de rachar da terrinha e o facto de ter regressado à invicta à meia-noite tão exausto que nem jantei, fui direitinho para a cama.
O facto de ter duas mãos esquerdas e trabalhar com a direita, de ficar derreado das costas e pior da constipação foi largamente compensado pela alegria das crianças ao ver a obra feita e pelo facto de contra todas as probabilidades não ter malhado duma escada abaixo e dado com a mona no cimento.
Mas o facto de não ter publicações que se vejam tem também a ver com a nacional mania do adianço, do muito me vou preocupar amanhã.
Querem exemplo melhor do que o "paramos na próxima"?
Quando vinhamos da Covilhã, havia naturalmente pessoal que estava à rasca para ir à casa de banho. Pois acreditam-se que os gajos, "para não parar já, seguimos até à próxima". E chegando à próxima, "não acham que dá para aguentar mais 40 km que já agora paramos mais perto"?
Bolas, alguém me explica a lógica disto?
Tive um colega que mal paramos, foi logo ao lado da viatura de tão aflito que estava.
Mas é da natureza tuga, portanto estamos perdoados.
E como dizem os políticos, prometo que vou recuperar!
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