terça-feira, 28 de outubro de 2008

AUTONOMIAS E OUTRAS PORCARIAS

Parece que a grande novidade da permanente silly season que se vive neste cantinho tem a ver com o estatuto político da região autónoma dos Açores, ou lá como é que se chama o raio da lei.
Pelo que percebi, não prestando grande atenção ao caso, parece que o nosso parlamento aprovou a lei na generalidade por unanimidade.
O presidente da república (e notem que mais uma vez fiz um esforço para não escrever das bananas), achou que a lei lhe retirava poderes (aqui outra novidade, parece que o presidente tem poderes) e devolveu a coisa com um bilhetinho de não obrigado, talvez para a próxima.
A rapaziada do governo e do parlamento lá fez um lifting à coisa e toca a reaprovar e devolver.
Vai daí o presidente pediu a fiscalização ao tribunal constitucional (que é uma instituição composta pelos melhores juízes, mas também se virem bem, de todos os catrapázios de direito a constituição é o mais fininho, portanto também há menos matéria para saber) que detectou oito inconstitucionalidades.
Aqui pergunto-me se a lei terá sido aprovada depois de almoço, porque daqueles deputados todos, pagos naturalmente por nós, ninguém reparou nesse pequeno pormenor. Mas como foi na generalidade, ainda passa.
Não tenho a certez que tenha sido rigorosamente isto que se passou, mas foi mais ou menos o que entendi do que tenho ouvido nos últimos dias na comunicação social.
Também como os Açores ficam lá no fim do mundo, não é muito importante.
Além do mais, a maioria dos gajos nem vão votar, portanto nem eles próprios devem estar minimamente interessados nesta tanga.
E sendo assim, que direi eu?
No entanto, a gigajoga continua e parece que, apesar de nas coisas realmente importantes como combinar as cores das gravatas que vão levar às cerimónias oficiais, o engenheiro e o presidente se entenderem, temos aqui um arrufozinho que até já deu direito a comunicação ao país em horário nobre, com criação de suspense sobre o tema e todos os ingredientes dignos das novelas do Moniz.
Como não gosto de ver os senhores de candeias às avessas, resta-me sugerir uma solução pacífica para que fiquem todos de cara lavada:
Ofereçam a independencia aos Açores!
Eles eram capazes de gostar, nós poupavamos uma pipa de massa em custos de insularidade e os senhores já não precisavam de se zangar por causa disto. Toda a gente ficava a ganhar.
E o melhor de tudo era que podíamos seguir o exemplo para a Madeira, para ver se o Dr. Jardim deixava de dizer mal do continente (para isso estou cá eu) e se sempre se safava sozinho como está sempre a apregoar.
No caso da minha sugestão não ser aceite, agradeço que comecem a legendar os programas da RTP Açores, que eu tenho um bocado de dificuldade com línguas estrangeiras.
O país não sei, mas eu ficava agradecido!

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