quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O BURRO DO INGLÊS

Bom, mais uma vez aperta a crise e as empresas, como reacção pavloviana qual cão a salivar ao toque da campainha, começam a reduzir pessoal.
Paradoxalmente, aumentam os objectivos, porque é preciso vencer a crise, a produtividade per capita é muito baixa, é preciso reduzir custos para aumentar os lucros já que a crise não permite que a realidade de mercado acompanhe a projecção orçamental, está em risco a sobrevivência da empresa, todos temos de fazer esforços adicionais, o accionista espera ver remunerado o capital investido e essas tretas que ciclicamente todos nós já ouvimos ou pelas quais já passamos, patati patata, reubéubéu pardais ao ninho.
A esse propósito, lembro-me sempre de um director que tive numa empresa onde em tempos trabalhei, que me deu lições de gestão mais valiosas do que alguma vez tive na faculdade.
Uma delas foi durante uma reunião de apresentação das conclusões de um grupo de trabalho sobre a redução de custos e as medidas a implementar nesse sentido.
A cada medida que a consultora apresentava, o sr. interrompia com a seguinte pergunta:
-" Dra., conhece a história do burro do Inglês?"
A sra. foi fazendo de conta, até que visivelmente irritada, disparou:
-" Conte lá a história do burro para podermos continuar, se não se importa!"
E ele contou.
-"Havia um Inglês que tinha um burro que trabalhava de sol a sol.
Mas como após o trabalho estava esfaimado, comia bastante, o que fazia com que o Inglês não obtivesse os lucros que pretendia, devido aos custos da ração.
Então, para subir os lucros, resolveu ir cortando progressivamente a quantidade de ração.
Não quer a dra. saber que quando se tinha habituado a deixar de comer é que resolveu morrer?"
Escusado será dizer que a reunião nunca mais foi a mesma.
E mantendo-me no reino animal, se a coisa continua assim, por este andar estamos todos a chicotear um cavalo morto!

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