segunda-feira, 13 de outubro de 2008

MAGALHÃES, ESSE GRANDE COMPINCHA



Podemos finalmente respirar de alívio.
Agora, todos os problemas da nação estarão resolvidos a curto prazo.
Qualquer questão que se coloque ao nosso primeiro, será resolvida pelo choque tecnológico e pela banda larga para todos!
Desemprego - choque tecnológico! Analfabetismo - internet banda larga! Gravidez indesejada - choque tecnológico! Verrugas - internet banda larga! Crise financeira - choque tecnológico! Sistema nacional de saúde - internet banda larga!
E por aí fora, acho que perceberam a idéia.
Para apoiar a situação, massificou entre a pequenada uma lancheira tecnológica que os pais se apressaram a comprar, porque mesmo que se venha a verificar que não dá para ver umas pequenas descascadas, sempre pode ser usado pelos putos para jogar uns joguitos, que enquanto estão entretidos não chateiam a molécula.
Muito se podia gozar à volta da idéia, como é que a rapaziada que nem escrever direito sabe vai dar ao trambolho diferentes aplicações das acima enunciadas. Mas não tenho tempo nem espaço que chegue para explorar as possibilidades que são quase infinitas.
Há no entanto uma coisa que eu gostava de saber.
Quem foi que serviu de inspiração ao nome da coisa?
Entre outros possíveis, seleccionei alguns candidatos, porque me parecem plausíveis, mas estou aberto a esclarecimentos que possam lançar uma nova luz sobre o assunto.
Temos Fernão Magalhães, português e expoente máximo de uma arte tão portuguesa que é fartar-se de andar às voltas para acabar no mesmo sítio, que poderia ser uma justa inspiração, por razões óbvias. Para chegar ao mesmo sítio, mais valia estar quieto.
Temos José Magalhães, ex-deputado do PCP e actual do PS, que foi a primeira pessoa a verdadeiramente ter a idéia peregrina de resolver os problemas do país com o acesso à internet, e também um dos pioneiros da mudança (de partido pelo menos), constituindo um exemplo de versatilidade que também se quer atributo do computadorzito, pelo que também pode estar legitimamente na origem do baptizado.
Temos ainda o Jaime Magalhães, mas desse só vou ter a certeza se a coisa funcionar, porque era um grande médio e com ele o FCP funcionava (na verdade também funcionava sem ele, mas era um grande jogador). E tenho a impressão que o computador é abaixo de médio, portanto este não deve ser...
Finalmente a minha aposta vai para o Sr. Magalhães da mercearia da esquina, porque para além de ser uma pessoa cheia de idéias, inovador, trocou o papel e lápis por uma registadora antes de ser obrigatório, com evidentes ganhos de rapidez e óbvias perdas de lucro porque o fisco passou a controlar mais facilmente. E isso de fisco parece que tem alguma coisa a ver com o fabricante da maquineta, pelo menos foi o que ouvi dizer, se bem que não percebi exactamente do que se tratava. Mas não pode ser coincidência.
De qualquer das formas tiro o chapéu ao governo (ou tiraria se usasse chapéu). Finalmente percebi a lógica subjacente a isto tudo.
Se toda a gente viver no mundo virtual, podemos criar um país virtual, onde virtualmente tudo funcione bem.
Realmente, não me tinha lembrado disso, mas virtualmente é uma idéia!
E se a coisa não pegar, sempre podemos despachar computadores usados para a Venezuela, que parece que o Sr. de lá dá petróleo à troca.
E isso sim, resolveria alguns problemas do país real.

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