domingo, 7 de setembro de 2008

DESCONFIO SEMPRE DOS AVIÕES


Acho que o homem não foi feito para voar.
Chamem-me nomes, mas num rápido exercício de observação, não lhe detectei asas, pelo menos à vista desarmada. Daí esta extrapolação que carece de confirmação científica, é uma conclusão perfeitamente empírica.
Dito isso, não sou tão reaccionário que seja contra o avião, bem pelo contrário, sem ele ia ser muito mais complicado efectuar vôos de longo curso.
Na realidade, até vôo bastante mais do que gostaria, mas enquanto os dias de férias forem mais escassos que o alcóol em tempo de lei seca, que remédio se quero chegar a algum lado que valha a pena.
No entanto, tudo isto só serve para partilhar uma angústia.
Quando um gajo entra no avião e a geringonça está para levantar (e convém nunca esquecer que a maquineta é construída por quem levar menos dinheiro, o que nos dá sempre alguma garantia quanto à quallidade final do produto) é quando as hospedeiras, ou nos aviões mais tecnologicamente avançados (com dvd) a televisão, nos brindam com um espectáculo tipo Marcel Marceau.
Gira a coisa. Se bem que apesar de relatada em paralelo, dado que ninguém entende a linguagem naqueles sistemas sonoros (espero bem que o resto da máquina seja de melhor qualidade) conta seguramente como mímica.
Noutro dia, resolvi prestar alguma atenção às variedades, dado que já não tinha nada para ler e a hospedeira merecia uma observação atenta.
Fiquei perplexo. E não foi só com a hospedeira, que já de si justificava. Entre as tretas que explicavam, apercebi-me que tinhamos um colete salva-vidas debaixo da cadeira.
Vamos lá a colocar os pés em terra, passo a figura de estilo. Mas aquela treta é um barco ou um avião? Será que nos barcos estão a distribuir paraquedas?
Deixo aqui a questão à consideração de quem quiser meter uma cunha aos senhores da companhia, uma vez que não consegui encontrar o livro de sugestões.
E já agora, se puderem fornecer uma comidinha que se consiga identificar, já não digo que seja comestível, que não sou de abusar, a rapaziada ficava mais agradada.
Só digo isto porque tenho mau perder, nas duas últimas viagens perdi a aposta sobre que porcaria teria sido aquilo em vida. Ganhou a pessoa que disse vegetal, se bem que não deviam valer generalizações tão abrangentes. Continuo a dizer que parecia mineral, e por mais que digam não me convenço do contrário.
Já agora, a pedido de um amigo, para a próxima, e apesar de não ser kosher e obrigar a prato alternativo por motivos religiosos, permitam-me sugerir rojões.
Um bem hajam pela atenção dispensada.

2 comentários:

Alberto disse...

Até pode ser sem sangue...

MTOCAS disse...

pois mas sem eles não podemos ver o mundo tão rapidamente !!